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Os Linhões e o Luz para Todos, por Nicias Ribeiro

Nicias-Ribeiro.jpgDesde a inauguração da hidrelétrica de Tucuruí, em 1984, que os paraenses sonham em levar energia de Tucuruí para todos os municípios do Estado. É claro que muito já foi feito neste sentido. No entanto, apesar de todo esforço, 26 municípios do Pará, de um total de 144, ainda são atendidos por geradores estacionários. É certo, também, que o Sistema Interligado Nacional vai atender, em breve, todos os municípios da Ilha do Marajó e da região do baixo Amazonas; bem como Porto de Moz, no baixo Xingú, e Gurupá, cujas linhas integram os chamados “contratos específicos de Belo Monte”. E, dentro desse contexto, resta ainda Jacaréacanga e Aveiro, ambos no rio Tapajós; mas, quem sabe (?), talvez a solução esteja nas condicionantes do Complexo Hidrelétrico do Tapajós, cujo leilão de concessão deverá ocorrer em 2015.

Agora, quando foi equacionado o atendimento de quase todos os municípios, devemos voltar nossa atenção à segurança energética e melhoria da qualidade da energia, que, com justa razão, é reclamado pela população. Mas, nem sempre a culpa é da CELPA. Muitas vezes é do sistema de transmissão, cujo ponto de entrega de energia está distante ou o linhão é subdimensionado. Daí a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério das Minas e Energia, planejar a construção de um linhão de 500 Kvolt, da Vila do Conde à Marituba (59 km); bem como um linhão de 230 Kvolts, de Utinga (Guamá) para Marituba (7 km), com vista a reforçar o sistema de distribuição de energia e atender ao crescimento de carga nas regiões metropolitana de Belém e do Nordeste do Pará.  Mas, como reforço para atender ao crescimento de carga no Nordeste paraense, está previsto ainda a construção de um linhão de 230 Kvolts, da subestação de Marituba (a ser construída) para Castanhal, numa extensão de 64 km. Esses três linhões serão construídos a partir de Janeiro de 2016.

Para atender ao crescimento de carga nas regiões de Paragominas e de Tomé-Açú, deverá ser  construído um linhão de 230 Kvolts, da Vila do Conde à Tomé-Açú (120 km), cujas obras terão início em janeiro de 2015.

Por outro lado, como já dito em artigos anteriores, o Sistema de Transmissão Tramoeste, da Eletronorte, já está exaurido na sua capacidade de transporte de energia. Por isso a região da Transamazônica e do Oeste do Pará sofrem, hoje, com permanente queda de energia. Daí a previsão de se construir um linhão, em 230 Kvolts, de Altamira à Uruará (185 km) e de Uruará para Santarém (178 km). Da mesma forma que será construído um linhão, em 230 Kvolts, da subestação de Vitória do Xingú para Altamira (62 km). Esses linhões, visam reforçar o suprimento de energia nas regiões da Transamazônica e do Oeste do Pará, cujas obras terão início até janeiro de 2016.

No que se refere ao atendimento da margem direita do médio Amazonas, especialmente o Município de Jurutí e o complexo de exploração de bauxita da Alcoa, a EPE prevê a construção de um linhão de 230 Kvolts, da subestação de Oriximiná para Jurutí, numa extensão total de 126,5 Km, incluindo a travessia aérea do rio Amazonas, no chamado estreito de Óbidos, cuja obra deve ter inicio em janeiro de 2016.

Em relação ao Sul do Pará, a EPE prevê a construção de um linhão de 500 Kvolts, de Parauapebas à Sossego, numa extensão de 58 km; bem como a implantação de um linhão, de 230 Kvolts, de Sossego à Xinguara, numa extensão de 79 km; cujas obras deverão ter inicio em Janeiro de 2016.

Registre-se que todos esses linhões de energia, serão levados a leilão de concessão e serão construídos pela iniciativa privada.

Mas, nem tudo são flores. Eis que o programa “Luz para Todos” corre um sério risco de acabar no Pará, uma vez que a ELETROBRAS não repassou à CELPA os recursos, da ordem de R$130 milhões, referentes a execução das obras constantes da chamada 5ª “tranche”, aprovada pelo Comitê Gestor do programa “Luz para Todos” do Pará e contratado no ano passado. Aliás, até as obras dos contratos específicos de Belo Monte estão comprometidas, uma vez que só foi paga a primeira parcela do contrato.  A CELPA, por sua vez, diz não ter como manter a mobilização das empresas, no campo, para a execução das obras contratadas. É o fim! Ao que parece, chegamos ao fundo do poço.

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