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“Para Dilma, negros só no segundo escalão!”, por Juvenal Araújo

Juvenal TucanafroA Presidente Dilma disse, em entrevista à imprensa no último sábado (13) em Belo Horizonte, que “tem muitos negros” no segundo escalão de seu governo (assista aqui). Ela disse com um tom de voz de quem está dizendo algo bom, como se isso fosse realmente uma vantagem e tivesse atuando para promover a igualdade.

Dilma, se como presidente você não foi capaz de promover as transformações que precisávamos – e agora vai deixar o país pior do que recebeu -, você deve ao menos ser mais cautelosa em seu discurso. Não se brinca com os sonhos de tantos brasileiros. Nós, negros, somos mais que a metade da população.

Quando diz que tem muitos negros no segundo escalão, assume que, para os principais cargos, você não teve confiança para delegar importantes funções a eles. São 39 ministros e apenas dois são negros. Uma delas, claro, cuida da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.

E falando em promoção da igualdade racial, os resultados deste governo são pífios. Entre 2002 e 2012, o número de assassinatos de negros aumentou quase 40%. Que política de igualdade racial é essa?

Conforme dados da ONG Contas Abertas, de 2009 para cá R$ 300 milhões deixaram de ser utilizados em políticas de prevenção ao racismo. O balanço leva em conta a diferença entre o total orçado para o programa orçamentário “Enfrentamento ao Racismo e Promoção da Igualdade Racial” e o valor efetivamente desembolsado em favor das ações do programa.

Nos últimos cinco anos, R$ 490,1 milhões foram destinados à rubrica, que antes de 2011 era dividida em dois programas: “Brasil Quilombola” e “Promoção de Políticas Afirmativas para a Igualdade Racial”. Desse valor, só R$ 189,7 milhões foram pagos, menos de 40% do total.

Se o fracasso deste governo se restringisse à política de igualdade racial, menos mal. Mas os resultados do Ideb ficaram abaixo da meta e pioraram em muitos casos, a violência não para de assustar, a saúde deixa muito a desejar, temos uma economia em recessão e casos de corrupção que não param de surgir. Mas no horário eleitoral, em que Dilma tem o dobro de tempo que seus adversários – porque soube negociar bem os cargos com seus aliados nos 39 ministérios -, apresentam a ideia que vão “continuar mudando”.

Os negros e pobres deste país precisam é de uma mudança de verdade. Segundo a Receita Federal, a carga tributária no Brasil atingiu 35,85% em 2012, um crescimento de 9,4% em relação a 2002. Adivinha para quem pesa mais? Os 10% mais pobres da população dedicam R$ 33 de cada R$ 100 que ganham ao pagamento de impostos, enquanto os 10% mais ricos destinam R$ 23 de cada R$ 100. Famílias com renda de até dois salários mínimos pagam R$ 49 de cada R$ 100. É este o governo que não se cansa de dizer que trabalha para os pobres.

Não podemos deixar que as mentiras espalhadas por eles se disseminem tanto a ponto de muita gente acreditar. Pela igualdade racial e social e pela melhoria da qualidade de vida de todos brasileiros, precisamos seguir um novo caminho. E o novo rumo a ser tomado é o da confiança, experiência e força política. É com Aécio Neves presidente do Brasil! Chega de amadorismo!

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