Existe no Brasil um ciclo vicioso na gestão da saúde pública. Ele começa com a deficiência na atenção primária, cuja responsabilidade maior é dos municípios. Acentua-se com a carência de infraestrutura hospitalar em cidades com até 500 mil habitantes, por omissão dos Estados. E se consolida com a progressiva redução do financiamento público do setor pela União. Mas, no Pará, acontece exatamente o contrário. O investimento em saúde cresce; o atendimento de média e alta complexidade se expande no interior; e a atenção primária tornou-se prioridade para o Governo do Estado.
Alguns indicadores evidenciam essa revolução silenciosa. Um deles é o financeiro. Por dois anos consecutivos, em 2012 e 2013, o percentual do orçamento estadual aplicado em ações de saúde foi superior ao obrigatório. No ano passado, passou de R$ 1,5 bilhão e deve crescer ainda mais em 2014.
Outro exemplo é logístico. Em dez anos, o Governo do Pará criou uma rede de hospitais de alta e média complexidade, distribuídos estrategicamente nos quatro cantos do Estado. São nove hospitais regionais em seis mesorregiões, quatro deles em construção.
Texto publicado no Jornal O Liberal de 16/06/2014