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Parlamentares apontam divergências e inverdades em discurso de posse de Dilma

Dilma PosseDeputados do PSDB reforçaram o coro dos críticos ao discurso de posse da presidente Dilma Rousseff. Ao assumir o segundo mandato, em 1º de janeiro, ela mostrou que ainda permanece no país cenográfico montado pelo PT na campanha pela reeleição. Tentou, mais uma vez, se afastar da crise que destrói a Petrobras. Além disso, prometeu se empenhar por uma reforma política que permita a adoção de “práticas mais modernas e éticas”, tendo acabado de montar um ministério baseado no loteamento e apadrinhamento políticos. “Não inspira confiança e evidencia um governo carcomido pelo descrédito, a partir de métodos condenáveis e velhas promessas nunca cumpridas”, disse o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), por meio de nota. “Quem ainda tinha esperança do suposto governo novo com ideias novas, certamente teve a sua definitiva frustração”, completou.

Segundo o tucano, pareceu “patológico” Dilma ter falado em corrigir erros na Petrobras e reconhecido tardiamente que a empresa foi assaltada, como se ela própria não tivesse participação e responsabilidades nos últimos 12 anos da vida da estatal. A presidente, destacou Imbassahy, fingiu esquecer que participou de todas as decisões relacionadas à petrolífera nos últimos anos, como ministra de Minas e Energia, chefe da Casa Civil, presidente do Conselho de Administração da companhia e presidente da República. “Quem nomeou os comandantes da organização criminosa que se apoderou da Petrobras foram ela mesma e Lula.”

O parlamentar disse ainda que a petista mentiu ao reiterar o compromisso com a manutenção de direitos trabalhistas e previdenciários. “Justamente aqueles que sofreram alterações desastrosas em sua primeira canetada após a eleição”, salientou. Na segunda-feira [29], o governo anunciou regras mais rígidas para concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários. A medida prevê, por exemplo, que o tempo de carência [período aquisitivo] do seguro-desemprego será de 18 meses na primeira solicitação e de 12 meses na segunda solicitação. A partir da terceira, seis meses. Atualmente, ele é somente de seis meses nas três situações citadas. No caso do abono salarial, a equipe de Dilma elevou a carência de um mês para seis meses ininterruptos de trabalho no ano-base. O benefício será pago proporcionalmente ao tempo de trabalho, do mesmo modo que o 13º salário.

Ao jornal “Folha de S.Paulo” desta sexta-feira (2), o deputado Carlos Sampaio (SP) criticou, especialmente, a conduta divergente de Dilma em relação à educação. “Dizer que vai priorizar a área enquanto usa a pasta para composição política mostra o total descaso com educadores e alunos”, disse o tucano, referindo-se à indicação do ex-governador do Ceará Cid Gomes para o Ministério da Educação. A escolha destoa do lema que a presidente adotou para o segundo mandato, “Brasil: Pátria Educadora”, e reforça o caráter da gestão petista, que distribui cargos para contemplar aliados e apaziguar descontentes.

De acordo com o deputado Raimundo Matos (CE), é importante que a população esteja atenta e cobre transparência do governo, já que Dilma continua a insistir em velhas práticas e num discurso que não condiz com a realidade. “O fato é que o custo Brasil continua elevadíssimo e o preço dos produtos e serviços só aumenta”, disse. “A população precisa estar mobilizada. Não pode ficar esperando por decisões que não virão. Ela precisa se mobilizar, as entidades de classe precisam analisar todo o cenário para que não viremos uma Venezuela ou uma Bolívia.”

*Da Liderança do PSDB na Câmara

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