Os marqueteiros de plantão das campanhas de Helder e Elcione Barbalho resolveram omitir o sobrenome do patriarca de suas peças publicitárias, seria por vergonha?
Em julho, quando em visita ao Pará para o lançamento da candidatura de Helder, Lula disse ao rapaz que ele não tinha do que se envergonhar, sendo que ao seu lado estava o então pleiteante ao Senado, Paulo Rocha, envolvido nas denúncias sobre o Mensalão pelo PT.
Sobre Paulo Rocha, o TRE cancelou sua candidatura agora em julho de 2014, por este ter renunciado ao cargo de Deputado Federal em 2005, quando foi investigado pelo crime de lavagem de dinheiro no processo do Mensalão. Rocha foi condenado em 2012 pelo Ministro Joaquim Barbosa, mas acabou sendo absolvido pelo STF em outubro do mesmo ano.
O Globo de setembro de 2006 destacava o presidente Lula no palanque, que beijou a mão de Jader Barbalho (sem algemas desta vez), tendo a seu lado o ex-deputado petista Paulo Rocha, citado acima e a candidata petista ao governo do Pará, senadora Ana Júlia Carepa, investigada pela CPI da Pirataria.
Lula mostrou assim a Helder que vergonha e escrúpulos não fazem parte da política dele e consequentemente de seus aliados.
Por que se envergonhar de Jader “papai” Barbalho!?
Jader iniciou sua humilde carreira em Belém até se tornar um milionário na política, Barbalho teve “apenas algumas denúncias de corrupção” como o desvio de verbas públicas da Sudam, do Banpará, do Incra… foi preso por apenas alguns dias, por que esse alvoroço, gente!?
Quanto dinheiro? Para se ter uma ideia mais clara, apenas na Sudam, a Auditoria realizada em 2001 constatou o desvio de R$ 1,7 bilhão do órgão!
Mas Barbalho pai, mesmo tendo renunciado ao cargo de Senador em 2000, voltou nos braços do povo paraense, eleito a deputado federal em 2002 e 2006, e senador novamente, em 2010, mesmo tendo sido considerado inelegível, conseguindo reverter a decisão no Supremo Tribunal Federal (não meus amigos, naquela época o presidente da casa era Gilmar Mendes, que deu o “voto de qualidade”, desempatando a votação a favor de Barbalho por 6X5, o Ministro Joaquim Barbosa era a favor da condenação, claro, voto vencido).
Foram tantas as denúncias de corrupção que Jader ganhou até uma participação no documentário Manda Bala (Send a Bullet) dirigido por Jason Kohn, sobre a corrupção e o sequestro no Brasil, documentário super premiado no exterior na categoria não-ficção. A sinopse do filme detalha que a corrupção brasileira, inclui o fato de que políticos em exercício, perante a lei, têm tratamento e julgamento diferentes de civis, e consequentemente nunca serão punidos por crimes que cometeram enquanto exerciam seus cargos.
Definitivamente, não é por vergonha que Helder e Elcione retiraram de suas campanhas o nome Barbalho, até porque em matéria recente de O Liberal, Helder mais que duplicou seu patrimônio, mesmo subavaliando uma mansão de no mínimo R$ 4 milhões em Belém, portanto, o que serve de exemplo não serve para vergonha, concordam?
Agora, novamente está nas mãos do povo paraense decidir sobre o que quer para seu Estado, sua casa, seu lar, um nome que oculta o sobrenome, ou um Governador com nome e sobrenome, Simão Jatene?