PSDB – PA

QUE PAÍS É ESTE?!…por Nicias Ribeiro

Brasil PraiaNasci numa família cristã. E desde garoto, me acostumei a ouvir que “Deus sabe o que faz”. Cresci.  E na escola, estudando geografia física, descobri que no Brasil, diferentemente do Japão e de muitos outros países, não há nenhum vulcão ativo e nem acontecem terrremotos, que , não raro, causam destruição e muitas mortes. Também, pela graça de Deus, não ocorrem tornados, tufões, maremotos e muito menos tsunamis. Aliás, a única coisa que acontece no Brasil por ação da natureza são as chuvas torrenciais, que ocorrem neste período e que provocam enchentes nos rios, muitas delas devido o assoreamento dos seus leitos. Na verdade, o que se pode chamar de catástrofe, no Brasil, são os desmoronamentos de terra nas margens dos rios e nas encostas dos morros, que ocorrem na região de Petrópolis e Teresópolis, no Rio e em outras localidades do Sul e Sudeste, e que são provocadas pela ação do próprio homem, que desflorestou as encostas dos morros e as margens dos rios.

Ainda bem que Deus sabe o que faz. Imaginem o que aconteceria, se no Brasil tivessem vulcões, terremotos, tornados, tufões e outros fenômenos da natureza, se o governo não consegue, sequer, com a devida urgência, administrar os efeitos de uma enchente que, a rigor, é previsível?…

As enchentes nos rios da Amazônia, por exemplo, são cíclicas e normais há milhões de anos, desde o tempo geológico em que o continente Sul Americano se desprendeu da África, fazendo surgir entre eles o Atlântico. Mas, em vez de socorrer os desabrigados, pela enchente do rio Madeira, discute-se se a culpa da enchente é ou não das hidrelétricas de Santo Antônio e Jiráu.
Isso é brincadeira! … Aliás, fico a me perguntar que país é este, que dispõe de um  fabuloso potencial hidrelétrico inexplorado na Amazônia, principalmente no Pará, e aceita, passivamente, conviver com o dilema do risco permanente de um apagão elétrico? E pior, ainda, de um possível racionamento de energia.

Como um país, que sonha com um crescimento anual 4,5% do PIB, se dá ao luxo de não utilizar os potenciais de Belo Monte (11.233Mw), do Complexo Hidrelétrico do Tapajós (10.600 Mw), hidrelétrica de Marabá (2.000 Mw), Santa Izabel do Araguaia (1.800 Mw), Babaquara (6.600 Mw)  e Cachoeira Porteira (2.500 Mw), que, somados, dá um total de 34.733 Megawatts?

Que país é este, que mesmo usando energia gerada por termoelétrica reduz a tarifa e agora, sem nenhuma cerimônia, anuncia que o rombo no setor elétrico, devido ao alto custo da geração, é da ordem de R$ 32 bilhões e que será repassado ao consumidor no próximo ano?

Que país é este, cuja sua Suprema Corte de Justiça condena alguns réus por crime de formação de quadrilha, e, no ano seguinte, em um outro julgamento,  os absolve?

Que país é este, em que a justiça eleitoral cassa o mandato de um prefeito eleito, convoca nova eleição e impede que o prefeito cassado concorra, por ser inelegível. E realiza essa nova eleição, diploma o eleito, que toma posse perante a Câmara Municipal, e , tempos depois, a mesma Justiça Eleitoral decide que  o eleito é o prefeito vitorioso na primeira eleição, que foi impedido de concorrer no segundo pleito. E que o prefeito eleito na segunda eleição vá para casa, pois não é mais prefeito. E o povo como é que fica nisso? Desculpem-me, mas isso é o samba do crioulo doido.

Já na Câmara Federal, o deputado condenado pelo Supremo Tribunal Federal, mesmo tendo sido cassado os seus direitos políticos, continua com o seu mandato até que o mesmo seja cassado pelo plenário daquela Casa de Leis, após o devido processo legislativo, inclusive com direito de defesa. Mas que direito de defesa é esse, se o dito cujo já se defendeu e foi condenado pela mais alta Corte de Justiça desse País?! … Que coisa?! E assim surgiu a figura do “político preso”, denegrindo mais, ainda, a já desgastada classe política.

Que País é este em que a Presidente da República veta um projeto, por entender que não é do interesse público, cuja Lei Complementar é uma exigência da própria Constituição?

Que País é este, onde o Tribunal Superior Eleitoral fixa o número de deputados por Estado na Câmara Federal, e o Senado aprova um decreto legislativo desautorizando a Justiça?

Que País é este, meu Deus!

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