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“Representamos a transformação”, diz Aécio, ao lado de Marina Silva

Aécio Marina7Ao lado de Marina Silva, do PSB, o candidato à Presidência pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, afirmou, nesta sexta-feira (17/10), em São Paulo, que ambos representam o movimento de transformação que o Brasil precisa. O primeiro encontro entre Aécio e Marina neste segundo turno das eleições ocorreu após o PSB ter formalizado apoio à candidatura da Coligação Muda Brasil.

“Representamos, todos nós, não é o ‘nós’ de majestade imperial, nós aqui pessoas de partidos diferentes, representamos hoje o amplo sentimento de mudança que foi majoritário no primeiro turno dessas eleições”, Aécio acompanhado por Marina Silva.

Em seguida, o candidato acrescentou: “Eu deixo de ser um candidato de uma coligação ou mesmo de um partido político para ser hoje o representante de um grande movimento de transformação que precisa ocorrer no Brasil”.

Segundo Aécio, será a transformação de valores, de prioridades e de postura “em relação aos desafios que nós temos pela frente”.

Marina Silva retribuiu as palavras de Aécio. “Eu dizia que preferia perder ganhando do que ganhar perdendo. Nesse momento eu reitero e, se Deus quiser e o povo brasileiro, você haverá de ganhar ganhando”, afirmou.

Aécio e Marina fizeram uma declaração conjunta sobre as propostas comuns que unem ambos. Em seguida, o candidato à Presidência concedeu entrevista coletiva à imprensa.

Participaram do encontro Aloysio Nunes, vice na chapa de Aécio, o senador Pedro Simon (PMDB-RS), Walter Feldman, coordenador da campanha de Marina Silva, além do ex-governador Alberto Goldman,  do deputado federal reeleito Paulinho da Força (SD).

Também estiveram Beto Albuquerque, vice na chapa de Marina Silva, o governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara, Guilherme Leal (Rede Sustentabilidade), o ex-ministro Miro Teixeira, o ex-ministro José Gregori e o ex-secretário de Energia José Aníbal.

Eixos

Aécio citou três eixos fundamentais da parceira entre ele e Marina no segundo turno: o respeito à democracia, a necessidade de ampliar e avançar os programas sociais, assim como o resgate da capacidade de o país crescer por meio do desenvolvimento sustentável com credibilidade e eficiência.

“Foi em torno desses três principais eixos que nós construímos o entendimento em favor do Brasil”, afirmou o candidato ao mencionar, inicialmente “o respeito às democracias, às liberdades coletivas e individuais”.

Em relação às políticas sociais, Aécio citou os programas de transferência de renda. “Eles são um direito do cidadão brasileiro e por isso mesmo eles serão mantidos e institucionalizados no nosso governo”, ressaltou ele, lembrando que esses programas serão tratados como prioridade no seu governo.

Ao destacar a preocupação com o crescimento do país, Aécio afirmou que ocorrerá baseado no desenvolvimento sustentável. “É fundamental que nós, de novo, coloquemos ordem na economia, resgatemos a credibilidade perdida no país para enfrentarmos com destemor e com eficiência a inflação que volta a sair de controle para que ela possa ser reduzida”, disse.

Marina acrescentou que os programas sociais não podem ser “fulanizadas”, pois são questões institucionais e que, portanto, pertencem ao Estado.  “As políticas públicas não podem ser ‘fulanizadas’ e partidarizadas têm que ser conquistas da sociedade do Estado e não de um partido ou de um governo”, disse ela.

Convite

Aécio apelou para que a candidata à reeleição pelo PT, a presidente Dilma Rousseff para discutir propostas para o futuro. “Eu faço aqui uma convocação à candidata Dilma: vamos falar de Brasil, vamos debater o futuro, vamos mostrar as nossas diferenças porque elas são realmente muito grandes”, disse ele.

O candidato lembrou, a pouco mais de uma semana para as eleições, que é fundamental respeitar a democracia e a liberdade de escolha dos eleitores. “Vamos pedir de forma democrática e livremente os brasileiros tomem a decisão que acharem a mais adequada. Eu respeitarei qualquer que seja ela”, afirmou.

Porém, Aécio reiterou que ofensas e calúnias são inadmissíveis. “O que eu não posso é aceitar as ofensas e as calúnias que vem sendo lançadas anonimamente e clandestinamente”, ressaltou.

Em seguida, o candidato disse: “Convoco a candidata Dilma Rousseff para que possamos fazer nos próximos debates ou nos nossos programas uma campanha de alto nível.  Ninguém destrói alguém e vence”.

Declaração da ex-senadora Marina Silva, do PSB

São Paulo (SP) – 17-10-14

Bom dia a todos e todas. Em primeiro lugar, eu quero agradecer a Deus por estarmos aqui. Quero cumprimentar, de um modo especial, ao governador e candidato a presidente da República Aécio Neves. Muito obrigada pela forma generosa com que se dirige a mim. E quero cumprimentar todos os parceiros e as parceiras que estão aqui, que são nossos colaboradores na pessoa de uma pessoa que é muito importante para mim, o senador Pedro Simon, que fez questão de estar aqui conosco nesta manhã. Senhores e senhoras da imprensa, amigos, amigas, como dizia – muitas vezes a imprensa insistia nisso -: e o segundo turno? E eu sempre dizia: o segundo turno a gente discute no segundo turno. E, de fato, honrei o que dizia, porque o segundo turno veio e, como democratas que somos, respeitamos a decisão dos brasileiros que colocou duas candidaturas no segundo turno. Não estando no segundo turno, nossos partidos que compõem a aliança que fizemos inicialmente com Eduardo Campos, e agora eu e Beto Albuquerque – que está aqui também, meu vice -, meu vice de 2010 Guilherme Leal, cumprimento aos dois e o seu vice, senador Aloysio [Nunes, vice na chapa de Aécio Neves].

Os partidos, eles fizeram uma discussão e tomaram, a sua maioria, a decisão de apoiá-lo. Desses partidos, um deles ficou neutro e respeitamos a sua posição, que é o PPL, mas o PSB, o PPS, o PHS, o PSL e o PRP tomaram a decisão de apoiá-lo. A minha enfim Rede Sustentabilidade, que é o primeiro partido a ser clandestino em plena democracia, tomou a seguinte decisão de que os militantes da Rede não se filiariam ao outro projeto que é representado pela presidente Dilma, não votariam em Dilma e que estariam liberados para votar branco, nulo e Aécio.

Uma parte de nós, após uma série de discussões e inclusive eu, tomamos a decisão de, com base no seu compromisso corajoso assumido em Pernambuco, interpretando o que está acontecendo nesse país nos últimos vinte anos e dando um salto de qualidade de que os apoios precisam ser muito mais do que pragmáticos, eles precisam ser programáticos. A sua atitude de apresentar doze anos depois uma carta-compromisso aos brasileiros de que vai recuperar os fundamentos da política macroeconômica que estão sendo terrivelmente prejudicados, com juros altos, com inflação alta, e com baixíssimo crescimento com pouco investimento no nosso país. O compromisso de que vai manter as políticas sociais e aperfeiçoá-las. Eu, inclusive, na minha fala em que declarei o meu voto e o meu apoio, a partir desses compromissos, fiz uma comparação, de que há 12 anos, o candidato presidente Lula apresentou uma carta-compromisso aos brasileiros dizendo que naquele momento em que a sociedade igualmente queria alternância de poder, queria mudança, de que ele iria apresentar novas propostas, mas queria tratar o Plano Real como uma conquista da sociedade brasileira e iria preservar. Doze anos depois você faz o mesmo gesto, diz que vai recuperar o que se perdeu no atual governo, que é a estabilidade econômica, e diz que vai manter as políticas sociais que foram ampliadas e aperfeiçoadas durante o governo do presidente Lula. A institucionalização das políticas públicas é um avanço na democracia. As políticas públicas não podem ser ‘fulanizadas’, partidarizadas, têm que ser conquistas da sociedade, do Estado, e não de um partido ou de um governo. Quando elas são de um partido ou de um governo elas são frágeis, e quando elas se transformam em conquistas do Estado e da sociedade, principalmente, são institucionalizadas, como eu vejo aqui que estava aqui no meu programa e no seu compromisso de que vai institucionalizar por meio de políticas, como o Bolsa Família. Esse é um passo relevante e significativo para que não se tenha mais os ganhos, que a sociedade a duas penas conquista, como se fosse favores.

Fiquei muito feliz, porque se de um lado já tivemos a experiência da estabilidade, a experiência da inclusão social é necessária, por tudo o que acontece no mundo e no nosso país, para integrarmos essas visões e os processos políticos com a questão da sustentabilidade. E aí o tripé estará completo: o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social, com proteção ambiental, integrando como tenho dito há mais de 18 anos, economia e ecologia numa mesma equação, completa o tripé que tanto necessitamos para um país como o Brasil.

E qual é o chão que pode dar sustentação a tudo isso? O chão do aprofundamento da democracia. Da melhor qualidade das instituições políticas, das heranças políticas e do processo político de um modo geral. Por isso que ouço com alegria a sua manifestação, candidato Aécio, de que a partir de agora você trabalha como um movimento, um movimento da mudança, da mudança que não é a mudança pela mudança, mas é a mudança qualificada, que preserva as conquistas, que encara os desafios, que não é complacente com os erros, mas que tem a humildade de compreender que algo grandioso não se faz por um grupo, por um partido, por uma pessoa. Algo que é maior do que nós e só pode ser feito por todos, e é por isso que neste momento estou aqui como parte desse movimento, de um movimento que se dá em cima de um compromisso, um compromisso que, no meu entendimento, pode ajudar a melhorar o Brasil para todos nós, e a unir o Brasil pelo bem de todos nós.

A questão da sustentabilidade, da reforma agrária, da proteção aos direitos indígenas, mantendo a prerrogativa de que o Congresso irá demarcar as terras indígenas e, ao mesmo tempo, sinalizando fortemente o compromisso com o desenvolvimento econômico e social, num país que tem lugar para o agronegócio, que tem lugar para o extrativismo, que tem lugar para a agricultura familiar, que tem lugar para o turismo e, que tem lugar e precisa ter para a ética na política, não vale tudo para ganhar uma eleição.

Eu dizia que preferia perder ganhando do que ganhar perdendo, nesse momento eu reitero e, se Deus quiser e o povo brasileiro, você haverá de ganhar ganhando.

Vou fazer uma correção, que eu falei o Congresso, é o Executivo. A prerrogativa constitucional de que é o Executivo que demarca as terras indígenas. Todo mundo conhece minha posição.

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