O deputado Estadual Tovar Correia Lima (PSDB) cobrou, durante pronunciamento na Assembleia Legislativa Paraíba desta quinta-feira (17), explicações do secretário de Segurança Pública do Estado, Cláudio Lima, e do governador Ricardo Coutinho (PSB) sobre a morte do jovem Bruno Ernesto, assassinado em 2012.
Tovar destacou que a imprensa mostrou documentos de que a arma e a munição utilizadas no assassinato de Bruno eram da polícia. “A bala que havia atingido Bruno Ernesto era da polícia e foi comprada pela polícia. Isso está em documento. Eu não estou aqui culpando ou acusando ninguém, o que eu peço é que, no mínimo, a Secretaria de Segurança do Estado dê uma explicação. Peço aqui que o secretário venha a público e explique de onde veio, para onde foi, quem estava usando essa arma e o porquê desse acontecido”, argumentou.
O parlamentar pediu também um pronunciamento de Ricardo Coutinho, haja vista que a arma usada no crime era do Estado. “É preciso também uma explicação do governador do Estado. Infelizmente há o costume de Ricardo desdenhar tudo que lhe atinge. Se é o caso da segurança e das explosões contra caixas eletrônicos, a culpa é dos bancos; se é o caso da seca, a culpa é do passado; se é o caso de uma audiência, que ele não nos atende há um ano e o presidente não o atendia por uma semana, a culpa é da oposição. Ele sempre tem uma desculpa e nunca assume a responsabilidade que lhe é de direito”, criticou.
A repulsa do deputado Tovar é que já se passaram mais de quatro anos e até hoje o caso nunca foi totalmente esclarecido à população paraibana e à família da vítima. “O que não pode é ficarmos fazendo de conta que nada aconteceu ou até mesmo que não foi nessa Paraíba. Aconteceu sim, é fato e precisa ser elucidado. Eu vou cobrar nessa tribuna todas as semanas até que seja esclarecido por que uma arma e munição da polícia foram usadas para assassinar um servidor da prefeitura”, relatou.
‘Caso Bruno Ernesto’ – O servidor público Bruno Ernesto Morais, 31 anos, foi encontrado morto na madrugada do dia 8 de fevereiro em 2012, em João Pessoa. Ele era diretor de Infraestrutura e Suporte na Secretaria de Planejamento da Prefeitura Municipal de João Pessoa.
O inquérito policial apontou como latrocínio a morte de Bruno. Porém, o caso ganhou repercussão da mídia nacional, pelo fato de tratar-se de um funcionário que participava do programa ‘Jampa Digital’, alvo de denúncias de superfaturamento e pagamento de propinas. O projeto previa a instalação de pontos gratuitos de internet na Capital paraibana.