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Crise prejudica programas sociais dos estados

29 de agosto de 2017
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Brasília (DF) – Mais de um ano após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o Brasil continua a sofrer as sequelas deixadas por 13 anos de complacência com a corrupção e irresponsabilidade fiscal do governo petista. Isso porque a pior crise econômica da história brasileira, que deixou mais de 13 milhões de desempregados, agora prejudica as políticas de combate à pobreza desenvolvidas pelos governos estaduais. Para não elevarem ainda mais o rombo fiscal, oito estados do país já extinguiram programas sociais de transferência de renda, desde 2014.

As informações são de reportagem do Valor Econômico. Segundo levantamento feito pelo jornal, mais de 400 mil famílias de baixa renda, ou em situação de extrema pobreza, foram prejudicadas pelo fim desses benefícios, ou pelo enxugamento dos orçamentos estaduais. O número equivale a quase dois milhões de brasileiros.

Para o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), os cortes nos programas sociais estaduais são mais uma prova de que, mesmo afastados do governo federal, os erros cometidos pelas gestões petistas continuam a assombrar a população.

“Eles não valorizam a produção, reproduzem um discurso que só é bom enquanto não acaba o dinheiro dos outros, porque eles não produzem nada, só consomem, só gostam de fazer populismo. Destruíram a economia, não só de onde eles governaram, mas do Brasil. Agora tem que chegar alguém para recuperar. Quem conserta tem que fazer ajustes, tem que tomar medidas que não são populistas”, afirmou.

O grande problema, segundo o parlamentar, é que nesse ritmo, o Brasil entra em um ciclo danoso e vicioso. “Vem um que estraga, vem outro e conserta, vem mais um e estraga novamente. Enquanto a população não entender isso e não acompanhar isso tudo de perto, vai ficar assim. Onde há espaço, eles arrasam, porque não têm visão nenhuma de gestão, de administração. As consequências são essas que a gente está vendo”, ressaltou.

PSDB é a exceção

Entre os poucos estados que conseguiram manter seus programas de transferência de renda, estão São Paulo e Goiás, administrados pelos tucanos Geraldo Alckmin e Marconi Perillo.

Em São Paulo, a meta de atendimento é do programa Renda Cidadã é de 200,5 mil famílias para este ano. A Secretaria Estadual de Assistência Social, chefiada por Floriano Pesaro (PSDB), também conta com uma margem de suplementação orçamentária já autorizada, caso o programa avance na inclusão de novas famílias beneficiárias.

Já em Goiás, a iniciativa de transferência de renda atende mais de 70 mil famílias, oferecendo benefícios de R$ 80 a R$ 160 mensais. A meta do programa para 2018 é chegar a 104 mil famílias.

“É uma coisa que está muito relacionada com a visão econômica. Enquanto o estado estiver mais equilibrado, a tendência é manter os programas. Agora, com a crise aumentando e as receitas caindo, a tendência é ir cortando, o que acaba afetando os programas sociais”, explicou Izalci Lucas.

“Não é grave em São Paulo porque tem uma economia sustentável. Tanto o Marconi [Perillo] quanto o Alckmin têm expertise na área de gestão. Enquanto isso, a gente vê outros estados que são muito mal administrados, não têm essa questão econômica de responsabilidade fiscal como prioridade. E aí vêm as consequências: a economia cai, e não se consegue mais honrar os compromissos, nem com as empresas, muito menos com os programas sociais. Isso é muito ruim, mas é reflexo da economia dos estados. Os estados estão quebrados, os que ainda sobrevivem são os estados administrados pelo PSDB”, completou o parlamentar.

Leia AQUI a reportagem do jornal Valor Econômico.

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