O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) afirmou que em uma República não cabem segredos, ao se manifestar a favor da PEC (nº 43/2013) que acaba com o voto secreto, durante pronunciamento em plenário nesta quarta-feira (13). O parlamentar defende o voto aberto em todas as situações.
“Há uma mudança das relações da sociedade e as instituições, e nas relações interpessoais. Nós estamos no olho desse furacão, e não há como imaginar que a sociedade não esteja absolutamente atenta àquilo que se faz em um parlamento, onde a pressão da sociedade passa a ser talvez maior do que a pressão de qualquer governo que se quer proteger com o voto secreto”, afirmou Cássio Cunha Lima.
De acordo com o senador, foi basicamente na proteção de eventuais pressões que alguns parlamentares se manifestaram favoráveis ao voto secreto. Segundo ele, isso na prática não acontece.
“Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em sabatinas,a maioria dos parlamentares anuncia o seu próprio voto ou chega a mostrar a cédula da sua escolha, quebrando esse sigilo de voto. Se um parlamentar rejeita a indicação do ministro do Supremo, mas se esse nome for aprovado e mais adiante esse que rejeitou o nome aprovado venha a ser alvo de uma perseguição, caberá a essa Casa julgar o ministro que por ventura pratique o ato que não coadune com a postura exigida por um ministro do Supremo”, disse.
Cássio Cunha Lima ressaltou: “Chego a conclusão que o melhor em uma República é não ter segredos. Em uma República não cabe segredos. Quem não aguenta pressão não venha para o parlamento. Porque aqui é a casa de se receber pressão”.
Ele elogiou o posicionamento do líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP). “Uma das mais louváveis características do senador Aloysio é a coragem de se posicionar, independentemente do tema ser simpático ou antipático. Ele decide de acordo com os seus convencimentos pessoais e se posiciona à luz do dia. Ele é o exemplo de quem sabe se posicionar”.
O senador paraibano concluiu: “Para que eu possa anunciar publicamente a posição aos meus representados da Paraíba e a sociedade brasileira, estarei votando sim pelo voto aberto, compreendendo que quem não aguenta pressão não venha para o parlamento”.