Brasília (DF) – Cadeirante, a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) indignou-se com a informação que o novo ministro da Saúde, Arthur Chioro, teve o carro oficial estacionado em uma vaga destinada a deficientes, na Câmara dos Deputados. A infração ocorreu uma semana depois de a ministra da Cultura, Marta Suplicy, ter o carro oficial flagrado também em uma vaga para deficiente só que em São Paulo. “Isso ocorrer com o ministro da Saúde, que é uma das áreas mais carentes para as pessoas com deficiências, é uma absurdo total. As pessoas com deficiências sofrem muito no Brasil devido à falta de atenção específica para eles na área de saúde.
Falta profissionais preparados, não tem trabalho de reabilitação e isso vai tirando energia de todos aos poucos”, afirmou a parlamentar. Flagrante No caso de Chioro, o flagrante foi denunciado pelo jornal O Globo, na sua edição desta quarta-feira (20). No momento em que o ministro da Saúde defendia o Programa Mais Médicos, em audiência ontem na Câmara, o carro oficial dele foi visto estacionado em uma das vagas reservadas a deficientes. Chioro chegou à Câmara por volta das 11h e ficou lá até as 17h, de acordo com a reportagem. A assessoria do ministro da Saúde informou que Chioro não ficou no carro. Ainda segundo o ministério, o motorista já foi advertido pelo erro.
Na semana passada, em São Paulo, um carro oficial usado pela ministra Marta Suplicy em visita a uma livraria em um shopping, também foi flagrado ocupando uma vaga de deficiente. Na ocasião, a assessoria da ministra também informou que o motorista foi advertido. Inadmissível Gabrilli disse ser “inadmissível” que, em duas semanas, dois ministros tenham cometido o mesmo tipo de infração. “O que está ocorrendo? Eles têm de dar o exemplo. é um descaso com uma luta antiga dos deficientes em relação ao uso das vagas. é a prova que os gestores públicos não contemplam essa batalha que nos é tão cara”, disse ela. No Brasil, segundo a deputada, há aproximadamente 45 milhões de pessoas com deficiência no Brasil. Deste total, muitos são considerados “invisíveis”. “São pessoas que simplesmente não existem para a sociedade, sem direitos, e que não são vistas, daí a expressão ‘invisíveis’”, definiu ela.