O deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG) rebateu nesta sexta-feira (14) as críticas feitas pela ex-presidente Dilma Rousseff à PEC 241 (Proposta de Emenda à Constituição), que institui um teto para os gastos públicos no país. A petista classificou a proposta como “PEC da maldade”, “contra os pobres” e um “grave retrocesso” ao Brasil, caso seja aprovada em definitivo pelo Congresso. Para o tucano, as críticas da ex-presidente são a “melhor maneira” de mostrar que o limite de gastos é necessário para tirar o país da crise econômica deflagrada no governo Dilma.
“Uma manifestação da ex-presidente Dilma contra a PEC 241 talvez seja a melhor maneira de demonstrar ao Brasil que medida é correta e tem que ser feita. Porque se tem alguém que não tem credibilidade e é responsável direta por ter levado o país a essa situação de gravíssima crise econômica, com 12 milhões de desempregados, é a ex-presidente Dilma”, afirmou Domingos Sávio.
De acordo com matéria do jornal Valor Econômico desta sexta, em entrevista à rádio Guaíba (do Rio Grande do Sul), a petista chegou a afirmar que os investimentos e gastos per capita em saúde e educação serão reduzidos de forma expressiva e o objetivo da PEC é acabar com a política de reajuste do salário mínimo. “Ela adota a estratégia criminosa do PT e não respeita o país. Agora na oposição, aposta no velho estilo dos petistas adotados no passado, de trabalhar para inviabilizar o país, torcer para que tudo dê errado e as coisas não funcionem. A prova disso é que ela própria, ainda quando presidente, no início do ano passado, com o seu ministro da Fazenda na época, Nelson Barbosa, afirmou publicamente que precisava estabelecer um limite dos gastos públicos”, criticou o tucano.
Em janeiro do ano passado, pelo Twitter, Dilma defendeu a necessidade de limites para os gastos públicos como forma de garantir, a médio e longo prazo, a estabilidade fiscal do país. Hoje, fora do governo, segundo o tucano, a ex-presidente tenta inviabilizar os primeiros passos para o reequilíbrio das contas públicas federais.
“Quando ela falou isso, já não tinha mais credibilidade e liderança política, não teve nem o apoio do próprio partido, o PT, e efetivamente perdeu o controle da administração pública. Ela soube, ainda quando presidente, que isso precisava ser feito e não o fez ou por incompetência ou por omissão. Agora que já não tem nenhuma liderança no Brasil, vem mentir para os brasileiros para tentar passar a falsa ideia de que essa é uma medida contra os pobres, é a velha tática do PT de chantagem. Essa é uma medida para proteger os pobres, porque se o governo continua gastando de uma maneira descontrolada, como vinha na administração do PT, provocará a volta da hiperinflação e a dificuldade de equilibrar o caixa”, pontua Domingos Sávio.
Para o tucano, a aprovação da proposta, em primeiro turno na Câmara, mostra responsabilidade e já começa a gerar consequências positivas no mercado – e o país volta a ter esperança. “Para que o país dê certo, não podemos aceitar que os petistas, que fizeram tão mal ao país, venham com suas mentiras para tentar desestabilizar o governo que tem a missão de fazer uma transição. Nós, do PSDB, estamos conscientes da responsabilidade para com o país e vamos continuar apoiando a aprovação da PEC.”
Aprovação
A “PEC da responsabilidade”, como foi intitulada pelo bancada do PSDB e demais partidos da base governista do presidente Michel Temer, foi aprovada em primeiro turno nesta última segunda-feira (10) na Câmara Federal por 366 votos a favor, 111 contra e duas abstenções. A previsão é que a principal medida do ajuste fiscal do governo siga para o Senado no fim deste mês, após votação em segundo turno na Câmara no próximo dia 24. Para o líder do governo no Senado, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), a matéria que institui o teto para os gastos públicos deve ser aprovada com mais de 60 dos 49 votos necessários na Casa.
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