Uma tão esperada área de livre comércio na América do Sul pode sair do papel até 2019, segundo o Itamaraty. Isso porque, de acordo com a chefe da Divisão de Negociações Comerciais com a Europa e a América do Norte do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, Paula Barboza, esse é um caminho natural a partir da evolução de acordos de complementação econômica já existentes na região. Com isso, o Brasil e outros países do continente podem se beneficiar com a derrubada de tarifas cobradas nas trocas e, posteriormente, com a construção de acordos em outras áreas, como compras governamentais e convergência regulatória.
Deputado federal pelo PSDB de São Paulo, Vanderlei Macris aprova a guinada nas relações exteriores sob o comando do tucano Aloysio Nunes, e visualiza resultados positivos do ponto de vista econômico caso a criação da zona se concretize.
“Eu acho que o Brasil cresce com o fortalecimento econômico nas relações do bloco com a União Europeia e também com a zona de livre comércio na América do Sul. Tudo isso é uma guinada nas relações exteriores, internacionais, por parte do país, que eu acho muito positiva. É fortalecer bastante as relações não só bilaterais, mas também com os blocos, para fortalecer a economia brasileira. Temos muita coisa a oferecer e a comprar.”
Em artigo publicado nesta terça-feira (29), na Folha de S. Paulo, o ministro Aloysio Nunes confirmou que os estados integrantes do Mercosul compartilham da visão de que é preciso dar uma nova dimensão ao relacionamento com a União Europeia, mas ressalta que o processo exigirá ação para o rompimento da “inércia do protecionismo comercial”. Macris reforça que, com os esforços do Brasil, que está sob comando provisório do Mercosul, o país pode alcançar conquistas internacionais e econômicas não observadas há, pelo menos, 13 anos.
“Nós estamos superando uma dos momentos mais dramáticos das relações internacionais do Brasil. Momentos esses que, nos últimos 13 anos, quando o foco das relações internacionais ficou evidentemente por conta de uma postura claramente ideológica. Isso atrapalhou muito a vida do Brasil”, afirmou.
De acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), uma integração maior entre os países da América Latina e Caribe criaria um ambiente comercial mais vantajoso, com um mercado único de US$ 5 trilhões de dólares e 7% do Produto Interno Bruto mundial.