O presidente do PSDB, Ruy Carneiro disse que ao atacar e tentar depreciar os líderes dos partidos que formam a aliança em torno de Luciano
Cartaxo (PSD), o governador Ricardo Coutinho quer diminuir a repercussão do próprio insucesso, pois buscou de todas as formas inviabilizá-la, empenhando-se
em atrair os partidos, mas não conseguiu. Ruy Carneiro comparou a reação do governador Ricardo Coutinho a da raposa, na belíssima fábula “A raposa e as uvas”, de Esopo, popularizada por Jean de La Fontaine.
Diz assim: Uma Raposa, morta de fome, viu, ao passar diante de um pomar, penduradas nas ramas de uma viçosa videira, alguns cachos de exuberantes uvas
negras, e o mais importante, maduras. Não pensou duas vezes, depois de certificar-se que o caminho estava livre de intrusos, resolveu colher o seu alimento”.
E prossegue: A raposa usou de todos os seus dotes, conhecimentos e artifícios para apanhá-las, mas como estavam fora do seu alcance, nada conseguiu. Desolada,
cansada, faminta, frustrada com o insucesso de sua empreitada, suspirando, encolheu de ombros e deu-se por vencida. Deu meia volta e foi-se embora. Desapontada,
foi dizendo: “As uvas afinal estão verdes, não me servem…”
Toda fábula tem um ensinamento moral. Essa leva à conclusão de que é mais fácil desprezar aquilo que não se pode ter, do que reconhecer seu insucesso. Para Ruy
Carneiro, esse é o caso do governador Ricardo Coutinho, que como não conseguiu os partidos, tenta depreciá-los. O tucano lembra que Ricardo Coutinho, para inviabilizar a aliança, foi da bajulação à pressão contra lideranças sobretudo do PMDB e demais partidos; do ataque às suas bases a elogios e promessas com vistas a garantir seu apoio para a candidata Cida Ramos. “Como nada deu certo, voltou à velha mania de se olhar no espelho e atribuir a imagem aos opositores”.
O tucano sustenta que o discurso e a prática de Ricardo Coutinho são completamente diferentes. “Ele é adepto do faço o que digo mas não faça o que faço. Quem tem a prática do ódio, da perseguição, da busca de submissão é ele”.
Cortina de fumaça
Para Ruy Carneiro, o discurso de Ricardo também tem um segundo objetivo: desviar o debate da ineficiência de seu governo no que diz respeito aos grandes problemas
da Paraíba, principalmente a segurança pública. “A situação é gravíssima. A bandidagem tomou conta da Paraíba. Explode bancos, fecha ruas e faz até a
polícia correr”, lamenta.
Ruy Carneiro lembrou que na campanha de 2010, Ricardo prometeu resolver o problema da segurança da Paraíba em seis meses. “Disse que o que faltava era decisão e
que ele iria assumir pessoalmente essa responsabilidade. Seis anos e sete meses depois, tudo está muito pior. A nossa Polícia agora não enfrenta os bandidos por falta de condições. Deixa os bandidos agirem porque não tem como vencê-los. E essa situação foi muito bem registrada pelo empresário Roberto Cavalcanti, no
artigo “Estado de medo”, no Correio da Paraíba”.
O dirigente tucano lamenta que enquanto os criminosos ameaçam a população, Ricardo Coutinho se preocupa apenas em rotular os atuais adversários, que já
foram aliados em algum momento no passado: “Quando estão com eles, todos são políticos progressistas. Quando conhecem o verdadeiro Ricardo e rompem, passam
a ser rotulados de conservadores ou antiquados. Assim como a raposa, que não conseguiu pegar as uvas e reavaliou, vendo-as como verdes e não maduras e suculentas”.