O Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba adiou mais uma vez o julgamento da AIJE das Ambulâncias, que pede a cassação do governador Ricardo Coutinho por abuso de poder político e econômico e conduta vedada por ter usado convênios para doação de ambulâncias em troca de apoio político na campanha para a reeleição de governador, segundo denúncia da Coligação A Vontade do Povo, que teve o senador Cássio Cunha Lima como candidato a governador. Segundo o presidente do TRE, desembargador José Aurélio da Cruz, o processo voltará à pauta na próxima quinta-feira à tarde.
De acordo com a denúncia foram distribuídas mais de 70 ambulâncias, que custaram em torno de R$ 30 milhões, em período eleitoral, o que é proibido por lei. “Os critérios para entrega das ambulâncias foram absolutamente políticos. Recebia ambulância o prefeito que apoiasse a reeleição do governador-candidato, numa demonstração clara de uso de poder político e desprezo às necessidades da população dos municípios que dependem do transporte para socorrer seus doentes em cidades com mais recursos de atendimento”, afirmou o advogado Frederico Rego, que integra a equipe de defesa da coligação.
O advogado alega que os autos do processo possuem provas contundentes e cita como exemplo o caso do município de Brejo dos Santos. “O prefeito Luiz Vieira de Almeida apoiava Cássio no primeiro turno das eleições, no segundo passou a apoiar Ricardo Coutinho e recebeu uma ambulância para o município. Há inclusive vídeo gravado por ele confirmando a doação. A entrega foi feita num evento festivo com direito a carreata, fogos, sirene ligada e presença do governador”, argumenta Frederico Rego.
Ele aponta ainda uma entrevista do deputado Antonio Mineral como prova do uso eleitoreiro na entrega de ambulâncias. Na ocasião, o deputado afirmou que negociou seu apoio em troca de alguns benefícios, e entre eles, citou a liberação de ambulâncias para municípios de sua atuação.