CBN _ Como é que o partido vai reagir diante de toda a pressão que deve sofrer da oposição nesta semana para que a investigação aumente, e que até a possibilidade de uma CPI aconteça na Câmara e no Senado?
Dep. José Aníbal:
Nada contra uma investigação, isso é bom em uma sociedade democrática, tudo deve estar esclarecido. Agora com relação a CPI, isso sempre foi a farra da oposição. A oposição ao longo desses anos todos com uma situação democrática estável consolidada, sem crise política institucional, tentou artificialmente criar algumas crises, algumas situações, emparedamento do governo, não conseguiu e não vai conseguir desta vez. O governo não tem o que temer, nem o governo, nem o PSDB. Os esclarecimentos a serem feitos, vão ser feitos. Eu queria acentuar que essa matéria, em boa parte, se centra em suposições. O empresário Benjamin Steinbruch teria dito que houve este pedido, de dinheiro por intermediação, por parte do ex-diretor do Banco do Brasil,e que ele não cedeu ao pedido.
Uma história de 97, cinco anos depois, qual o propósito? Claro que é tentar desestabilizar a candidatura do PSDB. É uma recusa em aceitar que o PSDB depois de oito anos de governo não tem do que se envergonhar, ao contrário não tem mácula, não tem nódoa. Por isso mesmo pode apresentar um candidato competitivo, como o senador José Serra, para disputar a sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso. Essa é a questão de fundo. Quanto ao barulho todo da matéria, vamos procurar que se esclareça. Tem o Ministério Público, o ex-ministro Mendonça de Barros vai fazer novos esclarecimentos, por que ele entendeu a história do Benjamin Steinbruch como uma chantagem. E que as coisas se esclareçam, nós temos esses dias todos pra que cada qual que se sinta em condições de prestar esclarecimentos, de acrescentar alguma coisa o faça.
Quanto a nós do PSDB, o que eu tenho a dizer é que isso de modo algum nada tem a ver conosco, e que o nosso interesse é que não haja nenhuma complacência nas investigações desses fatos.
CBN _ Deputado José Aníbal pontualmente o que se reclama é que o governo teve conhecimento dessa tentativa de chantagem, tentativa de propina ou qualquer que seja o nome. Na época dois ministros do governo Fernando Henrique souberam, um ainda continua ministro. È o caso do Ministro da Educação Paulo Renato e também do ex-ministro das Comunicações Mendonça de Barros, de que havia esse assunto. O Ministério Público agora reclama de que a denúncia deveria ter sido levada para uma investigação. É também o que disse aqui há pouco o presidente do PT, deputado José Dirceu. Porque não foi feita investigação na época, não foi julgado assim tão importante esse assunto?
Dep. José Aníbal:
Foram muitas as denúncias que surgiram sobre o processo de privatização. Fizemos o maior processo de privatizações da história mundial. E uma coisa de que nos orgulhamos, nós do governo, do PSDB, é que não há mácula nesse processo, as empresas foram muito bem vendidas. Todo resultado da venda foi para o tesouro, não foi para o bolso de ninguém. Isso é uma recusa em admitir que do lado de cá tem gente honesta, privatizou e ninguém pôs no bolso. Aí ficam vendo se não tem um caso aqui, outro ali. Não tem caso nenhum. Ficam inventando, dizendo que fizerem isso, que fizerem aquilo, tem um caso aqui do Ricardo Sérgio. Olha se nós formos viver de casos o Brasil não funciona, não anda, que é o que quer a oposição. É paralisar, ver se empareda o governo. Há um ano atrás estava aquela CPI da corrupção, o governo dizia o quê? São 17 ou 18 pontos que constam na CPI da corrupção, muitos já estavam sob investigação no Ministério Público. Outros já são objetos específicos de CPI, como era o caso do PROER. Esta já concluiu, e concluiu dizendo que se não houvesse o saneamento do sistema bancário, teria havido um risco de quebra do sistema bancário. O Brasil poderia estar em uma situação semelhante à da Argentina. Falar é fácil.
O quê que disse o empresário Steinbruch, que o cidadão teria pedido a ele um recurso, a título de intermediação para formação de consórcio da Vale do Rio Doce, e que ele não teria dado. O Ricardo Sérgio nega veementemente, disse que isso nunca teria ocorrido. E se dispõe a se acaredo com o empresário Steinbruch. Que isso seja feito, nós não temos nenhuma dificuldade, complacência nenhuma com qualquer atitude que não seja lícita, ética ou moral. Que não se transforme isso em um jogo político, que o que a oposição está fazendo o tempo todo. Não vai conseguir.
CBN _ O senhor considera que essa acariação seria uma resposta a uma série denúncias da Revista Veja, antecipando esclarecimentos ao Ministério Público e à uma possibilidade de investigação pela CPI?
Dep. José Aníbal:
Primeiro que não são uma série de denúncias, tem uma denúncia. Com relação a esta denúncia o que for necessário para apurá-la e dar satisfação a opinião pública. Se existe alguma dúvida que seja feito. Como o Ministério Público, Judiciário pode promover isso ou o próprio Congresso Nacional convoque cada um, pergunte, esclareça. Isso se casa com uma idéia aqui, outra lá e se passa a idéia de existem denúncias. Existe uma denúncia, baseada em suposição. Que seja esclarecido, nada contra, CPI é jogo político da oposição. Se criou essa imagem de que em ¥CPI a gente apura¥. Fizerem a CPI do PROER, e que se apurou que o programa evitou a quebra sistema bancário. O ex-ministro Eduardo Jorge foi isento de todas as acusações, foi massacrado, exposto como se fosse um sujeito que tivesse atitudes ilícitas, com coisas não-transparentes, e envolvido em negócios. Enfim, foi absolvido em tudo. É uma recusa em admitir que o PSDB em 8 anos de governo não tem do que se envergonhar. Tem candidato, vai disputar, e vai disputar para ganhar.