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“A que tipo de gente interessa desmontar a Polícia Federal?”, por Juvenal Araújo

Se triunfar o descaso e o desdém sobre a Polícia Federal, a perspectiva para o Brasil que deixaremos para os nossos filhos é sombria
“Se triunfar o descaso e o desdém sobre a Polícia Federal, a perspectiva para o Brasil que deixaremos para os nossos filhos é sombria”

É entediante e, para dizer no mínimo, intelectualmente desonesto, o argumento usado pela militância petista — e até mesmo pela presidente Dilma (igualmente enfadonha e desonesta também intelectualmente) quando confrontados com as dezenas de escândalos de corrupção que eclodiram no governo petista, que culminaram com a prisão de muitos dos seus principais quadros partidários, ex-ministros e parlamentares, de que essas ações resultam do apoio e liberdade dada pelo governo do PT, especialmente a Polícia Federal (PF).

Esse raciocínio tenta inverter a ordem dos fatos: ao invés de ser o governo petista flagrante e estruturalmente corrupto, seria ele, em verdade, o que mais se empenha no combate à corrupção. É ridículo…

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rebateu bem essa lógica, respondendo a presidente Dilma que ela lança mão de uma “tática infamante, da velha anedota do punguista que mete a mão no bolso da vítima, rouba e sai gritando pega ladrão”.

Ontem, entretanto, um manifesto divulgado pelos delegados da Polícia Federal, desmonta com apontamentos práticos esse raciocínio. E vai além: alerta a população sobre o risco de já estar em curso por parte do governo petista o que já se denomina “Operação Desmonte da Polícia Federal”.

“Há alguns anos, observamos a redução dos investimentos na PF e a carência sistemática de recursos, inclusive, para a manutenção das atividades rotineiras da instituição”, registra um dos trechos do manifesto, e prosseguem reforçando que “não são poucos os casos de suspensão ou cancelamento de contratos de prestação de serviços básicos, como aluguel das Delegacias, fornecimento de energia e, até mesmo, abastecimento de água em nossas unidades”.

O manifesto também registra a extrema carência de recursos humanos, apontando que “há quase 500 (quinhentos) cargos vagos somente da carreira de Delegado de Polícia Federal, o que corresponde a 30% de todo o efetivo atual”.

Outro exemplo prático apontado pelo manifesto do descaso a que é submetida uma das mais importantes instituições nacionais é “quando se observa que, nos últimos sete anos, não foi aberta nenhuma nova unidade da Polícia Federal”.

A crise econômica pela qual atravessa o país não é a causa, mas a justificativa para os cortes orçamentários no orçamento da PF. O que se quer não é economizar aqui ou acolá por necessidade fiscal, mas impedir mais investigações do grande assalto que o governo petista está promovendo aos cofres públicos.

O manifesto da Polícia Federal ultrapassa a categoria de uma reivindicação de classe profissional. É um documento que a sociedade brasileira precisa conhecer o seu teor. A imprensa, juntamente com organizações sociais e a opinião pública precisam apoiar essa importante instituição de estado, que está negligenciada pelo governo petista.

Se triunfar o descaso e o desdém sobre a Polícia Federal, a perspectiva para o Brasil que deixaremos para os nossos filhos é sombria. Registro aqui o apoio do Tucanafro aos delegados da Polícia Federal.

  • Juvenal Araújo é presidente do Tucanafro nacional
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