Brasília (DF) – O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede o custo de vida de pessoas com mais de 60 anos, fechou o ano de 2015 em 11,13%, o maior nível desde 2002. O patamar superou a inflação oficial calculada pelo IBGE, que está em 10,67%.
As informações são de reportagem publicada nesta quarta-feira (13/01) pelo jornal Correio Braziliense, e são da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
No ano passado, dos oito grupos que compõem o IPC-3i, quatro tiveram altas acima dos dois dígitos: despesas diversas, com 14,25%, habitação, com 13,7%, alimentação, com 13,08%, e transportes, com 10,8%. Para o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, a expectativa é que a inflação continue a corroer o orçamento dos idosos em 2015.
A alta dos preços no grupo de saúde e cuidados pessoais, que foi de 9,11%, afeta especialmente a rotina dos idosos. “Hoje gasto R$ 1 mil com remédios por mês. Minha alimentação não é mais tão farta, já que preciso priorizar medicamentos e plano de saúde”, destacou o aposentado Benevaldo da Silva, ouvido pelo jornal. Ele disse também que foi obrigado a retirar recursos da poupança para cobrir gastos do mês. “Meu dinheiro é somente para remédio, plano de saúde, energia e alimentação”, afirmou.
Outro exemplo é o de Ana Maria de Oliveira, que tem 70 anos e trabalha até hoje. “Se eu não trabalhar, não consigo me sustentar. Meus filhos me ajudam bastante, mas é complicado”, disse ao Correio. “Minha sorte é que não tomo remédio algum. Mas do plano de saúde eu não abro mão. São R$ 1.100 todo mês”, completou.