Criado em 2007 pelo então presidente Lula para destravar a infraestrutura no Brasil, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pouco avançou.
Apenas duas das dez maiores obras foram totalmente concluídas, a maioria está em andamento ou foi cancelada. Mesmo assim, a presidente Dilma Rousseff prepara para anunciar uma espécie de “novo PAC” – um pacote de medidas para combater a profunda recessão instalada pelo seu governo e tentar destravar investimentos no país.
Um levantamento feito pelo jornal Estado de S.Paulo – com base em informações dos ministérios responsáveis pela execução dos empreendimentos e confrontadas com balanços oficiais do programa – mostra que, além desses dois projetos já entregues na área de petróleo, três usinas de energia e uma refinaria até entraram em operação, mas de forma parcial, ainda estão em obras.
Uma parte do trecho sul da Ferrovia Norte-Sul, entre Palmas (TO) e Anápolis (GO), também chegou a ser entregue, mas a conclusão da segunda parte está prevista somente no fim deste ano.
Uma das grandes vitrines do PAC, a construção do que seria a maior refinaria de petróleo do mundo (Premium1, no Maranhão) e com projeção de investimentos de R$ 41 bilhões, foi simplesmente abandonada, com prejuízo de R$ 2,1 bilhões para a Petrobras.
De acordo com o Estadão, fora essa obra, as nove restantes custariam aos cofres públicos R$ 60 bilhões, conforme estimativas iniciais. No entanto, segundo os ministérios, esse valor já supera R$ 168 bilhões.
O PAC foi lançado no governo Lula e previa um total de R$ 503,9 bilhões em investimentos em mais de mil projetos. Em 2010, as obras ainda em andamento foram reembaladas, juntadas a outras e o governo Dilma lançou o PAC 2, com previsão de investimentos de R$ 1 trilhão.
Já no ano passado, no início do seu segundo mandato, a presidente Dilma disse que lançaria a terceira fase do programa, mas ficou apenas nas promessas, nada saiu do papel.