Única pernambucana a integrar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o ‘Conselhão’ da presidente Dilma Rousseff, a respeitada economista e socióloga Tania Bacelar chegou à reabertura do colegiado – nesta quinta-feira (28), em Brasília – com algumas críticas que colocam em xeque a eficácia do Conselho.
Em entrevista a rádio CBN-Recife, hoje, a economista começou reconhecendo que a presidente Dilma não valorizou o CDES, criado em 2003 no governo de seu antecessor, o ex-presidente Lula, ao remanejá-lo da Secretaria de Relações Institucionais, ligada diretamente à Presidência da República, para uma pasta que nem existe mais, a Secretaria de Assuntos Estratégicos.
“Houve, de fato, um esvaziamento do Conselho nos últimos anos e agora se retoma num momento diferente, de muita dificuldade para o Brasil, num momento de crise econômica e política”, criticou. A última vez que a presidente reuniu o CEDS foi em julho de 2014 para comemorar os 10 anos de sua criação.
O esvaziamento do ‘Conselhão’ de Dilma não foi o único problema apontado pela socióloga. Ela entende que falta ao governo um projeto de futuro para o país, o que dificulta qualquer tentativa de tirar o Brasil desse momento de dificuldade econômica.
“O grande problema é que a gente não tem uma visão de futuro clara. Não se sabe para onde se quer ir. O que a gente decide hoje tem de ser em função do que a gente quer ser no futuro. A agenda da indústria, por exemplo, considero fundamental. O Brasil quer continuar sendo um país industrial? Apostamos nisso no século XX e estamos perdendo consistência. Esse é um problema sério. O segundo grande desafio é como se retoma o investimento no Brasil. A taxa de investimento hoje é muito baixa e para retomar o crescimento é preciso retomar o investimento. Esse é um tema que faz bem ao futuro e ao presente”.