Brasília (DF) – O ex-presidente Lula mentiu ao dizer que comprou cotas de um apartamento tríplex no Guarujá (SP), segundo o conselheiro da Associação das Vítimas da Cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo (Bancoop), Marcos Sergio Migliaccio. De acordo com ele, não existia venda de cotas no condomínio Solaris, mas sim de apartamentos. As informações são da Folha de S. Paulo desta sexta-feira (29).
“Não existe esse papo de cota. Isso é mentira. A Bancoop vendia apartamentos, com o andar e a unidade especificados”, disse Migliaccio. O conselheiro explicou que o sistema cotas só foi usado pela Bancoop até 1998/1999.
O promotor do Ministério Público Estadual de São Paulo, José Carlos Blat, autor de uma acusação contra a Bancoop que tramita na Justiça, declarou que o ex-presidente era proprietário de um apartamento triplex no edifício Solaris. Blat reafirmou que não viu nenhum caso de compra de cotas.
De acordo com a reportagem, o imóvel foi comprado em 2005 pelo ex-presidente e aparece na declaração de renda de Lula do ano seguinte, com o valor de R$ R$ 47.695,38 e a seguinte especificação: “Participação em Cooperativa Habitacional (apartamento em construção no Guarujá, São Paulo)”.
O valor do triplex é avaliado entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão, segundo imobiliárias de Guarujá. O edifício Solaris é alvo da 22ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira (27) e intitulada Triplo X.
A defesa de Lula argumenta que ele nunca foi dono do apartamento, mas somente proprietário de cotas de um projeto da Bancoop. A cooperativa se tornou insolvente e transferiu imóveis inacabados para a construtora OAS, investigada na Operação Lava Jato.