A presidente Dilma Rousseff (PT) foi vaiada no plenário da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (2), ao defender a volta da cobrança do ‘imposto do cheque’, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
A reação dos parlamentares da oposição – que exibiam algumas placas com a mensagem “Xô CPMF” – foi uma resposta à petista durante a leitura da mensagem do governo na reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional.
Os deputados federais do PSDB de Pernambuco, Betinho Gomes e Daniel Coelho, engrossaram o coro dos que rejeitam a volta da CPMF e manifestaram suas posições no momento em que a presidente Dilma defendia a volta do imposto.
“Dilma centra seu pronunciamento na aprovação da CPMF para buscar o equilíbrio das contas do Governo. Diz que é a melhor alternativa. Discordo. O Governo Federal tem direito a receber mais de 240 bilhões em impostos devidos para empresas, que podem ser cobrados rapidamente. Cobrar impostos devidos, garante justiça fiscal e não contribuirá para aumentar nossa carga tributária que é escorchante”, reagiu Betinho Gomes.
“Ao defender a CPMF, a presidente ouviu um sonoro não dos parlamentares presentes. Precisamos diminuir o custo do governo, nunca aumentar impostos. Medidas de reduções de ministérios, cargos comissionados e de custos do executivo e legislativo terão nosso apoio. Qualquer tentativa de aumentar impostos contatará com nossa oposição. O povo brasileiro não aguenta mais pagar a conta de um governo pesado, ineficiente e corrupto”, reforçou Daniel Coelho.
Já o líder da Minoria, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que na semana passada alertou para o “firme enfrentamento” da oposição à volta da CPMF, destacou na sessão solene de reabertura dos trabalhos legislativos a repetição de promessas feitas pela presidente Dilma que, na sua avaliação, não devem ser cumpridas, assim como não foram as prometidas pela petista no ano passado.
“Há um ano a presidente Dilma prometeu o controle da inflação, não aconteceu. Prometeu preservar os empregos, não aconteceu, foi mais de um milhão de brasileiros desempregados. Prometeu o ajuste fiscal, o que também não aconteceu, foram cerca de R$ 115 bilhões de déficit fiscal. Agora faz mais promessas que provavelmente não serão cumpridas novamente como tem sido ao longo das administrações do PT e da presidente Dilma. Que Deus proteja o Brasil, sobretudo nesse momento em que o governo perdeu o controle da epidemia da zika, sem nenhuma ação efetiva que proteja a população brasileira”, disse Bruno Araújo.