O Brasil perdeu mais um grau de investimento e já não possui mais o selo de bom pagador por nenhuma das três principais agências do mundo. Fitch e Standard & Poor’s já haviam reduzido a nota brasileira em 2015 e, nesta quarta-feira (24/02), foi a Moody’s quem cortou a nota do país em dois graus e retirou o selo de bom pagador.
Entre os motivos do rebaixamento, a perspectiva de maior deterioração fiscal, em um ambiente de baixo crescimento, com a dívida do governo podendo superar 80% do Produto Interno Bruto (PIB) dentro de três anos. A agência cita também a “dinâmica política desafiadora”, que continua a complicar os esforços de consolidação fiscal das autoridades e a atrasar as reformas estruturais.
Segundo as previsões da agência, a consolidação fiscal será lenta e o crescimento econômico “anêmico”, nos próximos dois a três anos. A Moody´s prevê que o PIB do Brasil registre contração de 0,5% entre 2016 e 2018, em média. Além disso, espera que a taxa de juros permaneça elevada em termos reais, o que contribui para as dificuldades para lidar com a dívida, “com pagamentos de juros que representam mais de 20% da receita do governo”.