O governo vai gastar, no ano que vem, cerca de R$ 28 bilhões com os programas destinados às populações mais carentes, o que significa o mesmo montante que será arrecadado, em 2002, com o Imposto de Renda Pessoa Física e Pessoa Jurídica, afirmou hoje o presidente Fernando Henrique Cardoso, durante reunião, na Granja do Torto, para discutir estratégias de superação da pobreza.
¥Na prática, o contribuinte brasileiro pode saber que o que ele paga à União é distribuído aos mais pobres¥, disse. Segundo o presidente, o país tem, atualmente, uma outra estrutura de Estado. ¥O que mudamos foi o estado do mal-estar social¥, salientou, ao lembrar que, no passado, o governo se apropriava dos recursos de todos e os concentrava não no mais pobre, ¥mas, às vezes, nos mais ricos e setores mais privilegiados¥.
O presidente salientou que os programas sociais têm uma direção e que a pobreza tem que ser pensada de forma assistencial e estrutural. ¥É uma visão que requer desenvolvimento econômico, rede de proteção social e promoção social, para que a pessoa se integre em um movimento produtivo¥.
Ainda de acordo com Fernando Henrique, as mudanças sociais levam tempo para ser consolidadas, mas ¥certamente, sem a estabilização da economia, não haveria condição básica para fazer as mudanças sociais¥.
O presidente se reuniu, na Granja do Torto, com técnicos das áreas sociais do governo, além do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Martus Tavares, e a secretária de Assistência Social, Walda Engel.