O setor público consolidado (Governo Federal, suas empresas estatais, INSS, Banco Central, Estados e Municípios e suas empresas estatais) registrou superavit primário (não inlcui despesas com juros) de R$ 2,4 bilhões, em novembro. De acordo com o Chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes, o resultado é o melhor para o mês, perdendo apenas para novembro de 2000, quando atingiu R$ 5,4 bilhões, ajudado por receitas extraordinárias.
Para dezembro, o Chefe do Depec espera resultado ¥um pouco pior¥ ou até déficit. É que segundo ele, o período é ¥fortemente marcado¥ por contração de pagamentos. Destaca que a folga de superavits ao longo do ano, ¥dá a percepção clara de responsabilidade fiscal definida, da qual não abrimos mão¥.
No ano, o superávit alcançou R$ 46,6 bilhões (4,34% do Produto Interno Bruto(PIB) contra R$ 41,5 bilhões (4,2% do PIB)verificados em igual período de 2000. Lopes observa que a meta de superavit estabelecida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), para este ano, é de R$ 40,2 bilhões e, portanto, esse valor já foi superado em R$ 6,4 bilhões. Nos últimos doze meses, terminados em novembro, o superávit atingiu R$ 43,2 bilhões (3,67% do PIB).
Do saldo positivo acumulado de janeiro a novembro, o Governo Central, (Governo Federal, suas empresas estatais, INSS e Banco Central) foi responsável por R$ 32,9 bilhões (3,06% do PIB). Os Estados e Municípios e suas empresas estatais contribuíram com R$ 13,7 bilhões (1,28% do PIB).
As despesas com juros atingiram R$ 7,2 bilhões, em novembro, contra R$ 9,2 bilhões, em outubro. A parcela do Governo Central ficou em R$ 5 bilhões e a dos Estados e Municípios e suas empresas estatais, R$ 2,2 bilhões. No acumulado do ano, essas despesas totalizaram R$ 78,2 bilhões (7,21% do PIB), em comparação com R$ 72,8 bilhões (7,36% do PIB), em igual período de 2000.
As necessidades de financiamento do setor público, em novembro, ficaram em R$ 4,8 bilhões contra R$ 6,2 bilhões, no mês anterior.
O resultado acumulado no ano foi deficitário em R$ 31,6 bilhões (2,8% do PIB), em relação a R$ 31,2 bilhões (3,15% do PIB), em igual período do ano passado. No acumulado dos últimos doze meses, o deficit correspondeu a 3,4% do PIB.
A dívida líquida do setor público alcançou R$ 660,4 bilhões (53,1% do PIB), em novembro. No mês anterior a dívida totalizou R$ 675 bilhões (54,5% do PIB). De acordo com relatório do Banco Central, a queda é devida, principalmente, à valorização cambial.
O Chefe do Depec avalia, que a continuar o mesmo patamar do câmbio, a relação dívida/PIB chegue a 52% no final do ano.
Lopes disse ainda que o impacto inicial da crise Argentina foi bem menor do que o esperado. Como exemplo, ele citou, o comportamento do câmbio. Mas se arriscou a dizer se o pior da questão argentina já tinha passado.