O presidente da Câmara, Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, afirmou que o candidato do partido não tem que ser advogado do governo. Ele deu como exemplos os erros na questão energética e na política urbana, que devem ser admitidos pelo candidato do partido. Aécio Neves disse que o PSDB já iniciou o processo de campanha eleitoral, falou da situação dos presidenciáveis governistas e enunciou as prioridades da lista de votações da Câmara de Deputados.
O deputado acompanhou a visita do governador do Ceará, Tasso Jereissati, às lideranças mineiras. “O PSDB já deu início a um processo muito salutar, que é o de perceber o sentimento das bases do partido, no país,” disse o deputado. Ele também confirmou a visita do Ministro da Saúde, José Serra, na próxima semana, a Minas Gerais. “Este é o modo mais adequado para, no momento certo, escolhermos o candidato do PSDB à presidência,” afirmou.
Projetos mineiros
Aécio voltou a afirmar que não é candidato à presidência da república. “Não digo se saio candidato ao Senado ou ao Governo de Minas, mas garanto que o meu projeto é mineiro.” O presidente da câmara disse ainda que, por enquanto, desempenha um papel de mediador entre os tucanos: “O meu papel é manter a unidade do PSDB.”. Segundo ele, a unidade é fundamental para que as alianças sejam ampliadas durante a corrida presidencial.
Pesquisas
“O PSDB nunca foi bom de pesquisa”, avaliou Aécio. Para o deputado, a má colocação dos candidatos governistas nas pesquisas eleitorais não é alarmante. Segundo ele, o comportamento da população é natural e motivado pela antecipação da discussão sobre a sucessão presidencial. Ele admitiu que esta não será uma eleição fácil, mas disse que nada indica que será decidida com um ano de antecedência. “O PT sempre ficou muito bem colocado e nem por isso venceu todas as eleições,” alfinetou.
Quanto à demora na escolha do candidato governista, o deputado disse apenas que o momento é de conversar com as bancadas. “Não tenho pressa e as pesquisas não me assustam,” concluiu.
Serra x Tasso
“Tasso e Serra têm estilos diferentes, mas seguem a mesma essência,” comparou. Para o deputado, Tasso Jereissati seria mais participativo e buscaria opiniões em outros setores. “O Serra seria mais afirmativo na tomada de decisões” , disse.
Ele disse que a última vez que esteve com o Presidente da República, o teor da conversa foi justamente a dúvida sobre a escolha do candidato governista. “O presidente está convencido de que o candidato do PSDB não será o advogado do governo e terá propostas próprias,” comentou.
Prioridades
O deputado também falou das prioridades na lista de votações da Câmara de Deputados. Segundo ele, as prioridades são as alterações na imunidade parlamentar, o PL9 da previdência complementar, o projeto de participação de capital estrangeiro nas empresas de comunicação, o artigo 192 de regulamentação do sistema financeiro, a mudança na tabela de imposto de renda e a votação do orçamento para 2002.
Para a votação do orçamento, o deputado prometeu a prorrogação dos trabalhos da Câmara, sem o pagamento de nenhum benefício. “Não vamos fazer nenhuma despesa desnecessária,” finalizou.