PSDB – PE

“A divisão do País não é de PSDB contra PT. É de uma sociedade que se opõe ao governo Dilma”, diz Terezinha

Foto: Rinaldo Marques/Alepe
Foto: Rinaldo Marques/Alepe

Recife (PE) – A apertada vitória da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre o candidato da Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, escancara a divisão de um Brasil que saiu das urnas no útimo domingo (26).

Para a segunda vice-presidente do PSDB-PE, deputada Terezinha Nunes, não se trata de uma partilha entre PSDB e PT, ou de reforço à polarização entre os dois partidos. Reflete, claramente, a manifestação maciça de metade da sociedade brasileira que está insatisfeita com os governos do PT.

“Essa divisão não é de PSDB contra PT. É a sociedade que foi às ruas protestar e votou maciçamente em Aécio. E essa sociedade é oposição a Dilma. Quando Aécio diz ‘não sou mais candidato de um partido’, é porque ele ampliou seu leque e representou todos os que não estão satisfeitos com o governo do PT”, avalia a tucana.

Terezinha acredita que o uso eleitoral do Bolsa Família, pelo PT, foi o principal fator da vitória da candidata petista nas urnas. Aliado, ressalta, ao terrorismo que os petistas promoveram na campanha, espalhando entre seus beneficiários a ameaça de fim do programa social que começou no governo do ex-presidente Fernando Henrique com o Bolsa Educação.

“A eleição foi decidida pelo Bolsa Família e Pernambuco reflete o resultado nacional. Um programa social transformado em moeda eleitoral pelo PT. Tanto é que, nos últimos dias, recebemos muitas denúncias de mensagens enviadas em todo o país dizendo que Aécio iria acabar com o Bolsa Família. Pernambuco foi junto nessa onda, porque o programa é muito forte aqui, assim como no chamado Nordeste mineiro, também fortemente dominado pelo Bolsa Família”.

Terezinha prevê que o Brasil dividido que saiu das urnas trará muitas dificuldades para a presidente Dilma governar. Mas será a crise econômica que se avizinha o obstáculo maior à governabilidade da segunda gestão da petista.

“Dilma vai enfrentar uma crise econômica com o reajuste das tarifas que foi represado por conta da eleição. Tudo isso traz dificuldade para a presidente. A gente espera que ela possa vencer essas dificuldades, afinal, o Brasil não pode continuar como se encontra, mas não vai ser fácil, sobretudo com um país dividido: metade oposição, metade governo”.

A parlamentar acredita que a oposição será responsável em sua atuação, aprovando as medidas que são de interesse do País e criticando as que não são. Defende que o combate à corrupção sejá reforçado e que a oposição exija o esclarecimento de muitas questões relacionadas, principalmente, à Petrobras.

“A gente entrou no segundo turno com a denúncia de que Dilma e Lula sabiam do esquema de corrupção na Petrobras, isso tem de ficar esclarecido, o país tem de ser passado a limpo. Se isso não for feito, não há conciliação. Se houver punição para todos os envolvidos nesses escândalos de corrupção, Dilma terá as condições de governar. Se não, vai haver sempre a dúvida em relação à mudança que o país claramente pediu nas urnas”.

Em relação a Pernambuco, Terezinha Nunes espera que a presidente Dilma não repita a postura adotada durante a campanha de privação de recursos federais para obras no Estado. “Espero que não haja retaliação a Pernambuco, como houve na eleição. Isso foi denunciado, todos os programas da prefeitura do Recife sem repasses do governo federal. A gente espera que agora, passada a eleição, o governo federal volte a repassar os recursos. Não é possível que a presidente Dilma vá retaliar o Estado onde inclusive ela venceu a eleição. Se acontecer terá que ser denunciado”.

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