PSDB – PE

"A doença calibra minha participação"

Recife, Jornal do Commercio – O deputado Sérgio Guerra, 65 anos, vê o quadro estadual muito atrelado ao nacional e, hoje, confuso. Mesmo admitindo que a candidatura presidencial de Aécio pode forçar um palanque majoritário local, evita especulações. Avisa que, agora, é cuidar dos proporcionais. Revela planejar um novo mandato na Câmara, mas que tudo será decidido na hora certa. Guerra enfrentou um câncer no pulmão, há poucos meses, e recupera-se bem. “A doença calibra minha participação na vida pública, no sentido de que não posso me dispor a uma ação muito forte sem que eu tenha uma segurança com relação ao meu quadro de saúde”, diz.

George-Gianni-PSDB-300x200
“O PSDB precisa fortalecer seus projetos proporcionais em Pernambuco”

NO ESTADO

O PSDB em Pernambuco tem duas alternativas (para 2014). A primeira é fortalecer seus projetos proporcionais. Ou seja, o partido teve nas eleições majoritárias para prefeito, em 2012, uma votação em torno de 800 mil votos no Estado. Para que essa votação tenha a expressão proporcional é preciso que nós tenhamos chapas e arranjos convenientes para as eleições de deputados estadual e federal. Mesmo que a gente não decidisse, não por estratégia nossa, mas pela força dos fatos, a prioridade nossa agora é estruturar chapas estadual e federal para disputar a eleição.

É AGUARDAR

Não faz sentido nesse instante especulação sobre eleições gerais no Estado porque forças que são mais estruturadas que as nossas, e são mais balizadas, não se definiram ainda. O que se tem conhecimento é de uma pré-candidatura do PTB (Armando Monteiro), mas não se sabe exatamente se no governo ou na oposição. O que não deixa de ser uma dúvida abismal. Segundo que o PSB terá, por razões óbvias, um candidato a governador. Mas não se sabe quem será esse candidato, se um quadro técnico do governo, um aliado do governo, se um político do governo. Terceiro, se o atual vice-governador (João Lyra Neto), não há clareza, será o candidato do PSB a governador. E o PT saiu… Assim como nós saímos fortalecidos, o PT saiu diminuído das eleições para prefeito. O PT tem razões locais para tentar sobreviver. É uma questão de sobrevivência local, e tem razões nacionais para ter candidato local. São três forças, entre outras, que não se ajustaram ainda. No nosso caso o que se impõe, portanto, é dar prioridade ao quadro proporcional, acompanhar o andamento das decisões nacionais e quais serão os candidatos a presidente e por quais partidos, e (depois) o nosso projeto local.

NA CONFUSÃO

Nós estamos calados. Não adianta entrar na confusão (estadual) desmantelados. Na confusão, a gente tem que entrar com rumo. E não faz sentido a gente ter rumo antes de os outros terem rumo. Uma coisa é certa: a gente não tem rumo com o PT. Mas não temos um obstáculo com Eduardo, a não ser quanto à candidatura dele nacional. A gente tem uma relação muito segura com o PP, por exemplo. Nessa eleição pernambucana vai ser muito importante ter tempo de televisão, dois minutos, quatro minutos. Com tantas multi-iniciativas, o tempo de televisão vai ser relevante. Eduardo ganhou a eleição para prefeito do Recife (com Geraldo Julio/PSB), ele com 12 minutos e a gente com 2 minutos. E outro com 6 minutos.

AS OPÇÕES

Localmente (para governador), ainda não (temos). Por hora, vocês podem fazer uma verificação nas listagens dos nossos quadros e todos nós estamos candidatos proporcionais. Eu estou candidato proporcional, Bruno (Araújo) está candidato proporcional, Daniel (Coelho) e outros menos votados também estão como candidatos. A gente não refletiu sobre eleições gerais para não fazer bobagens. Não temos que fazer antes dos outros.

É CANDIDATO?

Sou provável candidato a deputado federal. Gosto de esperar pelo tempo.

A SAÚDE…

Há sete meses fui internado por conta de uma desidratação, foi constatado um câncer no pulmão, um tumor, fiz uma quimioterapia e a mutação desse tumor permitiu que ele pudesse ser tratado com medicamento que está sendo produzido nos Estados Unidos, agora, e nas três últimas PET-Scan que fiz não tem mais tumor. Sumiu o tumor que tive no pulmão. De outra maneira, ainda tenho dificuldades. Só tenho um rim, que tem problemas de funcionamento. Não tenho uma saúde boa, mas tenho uma saúde relativamente segura. Relativamente segurança é uma concessão psicológica (risos). Tenho que tomar água, está vendo (diz, mostrando um copo repleto do líquido).

…E A POLÍTICA

A doença calibra minha participação na vida pública, no sentido de que não posso me dispor a uma ação muito forte sem que eu tenha uma segurança com relação ao meu quadro de saúde. E eu não tenho essa segurança ainda para ter uma participação ainda mais forte do que já tenho. A minha é um pouco além das minhas possibilidades porque já voltei à presidência estadual do partido, estou ativo aqui, mas não sei o que será melhor para mim nos próximos anos. Se cuidar mais de mim ou mais da política. Não é muito fácil cuidar das duas juntas. Política e saúde.

A RECUPERAÇÃO

Tive um câncer no pulmão. Tratei o câncer com medicamento que só serve para 5% dos casos. E serviu para mim. Depois fiz dois exames PET-Scan, que disseram que não têm mais nada. (O médico disse que) o medicamento, com a experiência dele, dizima o câncer. Agora, (esse medicamento) só tem dois anos no mundo. No Brasil tem menos de um ano. Então, ainda tomo medicamento. E ainda tenho uma deficiência renal. Quando era menino perdi um rim num acidente. Só tenho um rim que está operando a 50% (da capacidade). Esse rim eu não posso brincar com ele. Tem que estar sempre hidratado, devo evitar desidratações, coisas desse tipo… Teoricamente, eu posso conviver com a campanha de deputado federal sem problema. Com a campanha de governador, majoritária, eu não sei. Não tenho certeza. Eu, pessoalmente, todos os meus familiares me recomendam que eu não me meta com isso.

Ver mais