PSDB – PE

“A empulhação”, artigo de Alberto Goldman

* Artigo publicado neste sábado (26) no Blog do Alberto Goldman

A presidente Dilma Roussef esteve ontem em São Paulo em mais uma apresentação pública que faz parte de sua campanha eleitoral para 2014.

Uma empulhação!

O palanque montado em Itaquera foi para a entrega de 300 unidades habitacionais com recursos ( calculo que não tenham chegado a 20 milhões ) do programa Minha Casa, Minha Vida. Ela declarou que “teve uma época em que falar de moradia popular era muito mal visto”. Quando isso? Nunca foi mal visto, tanto é que, na década de 70 o BNH foi o grande propulsor da habitação popular, produzindo milhões de habitações.

O investimento federal até agora é muito pequeno se comparado com o que faz tanto o governo do Estado, quanto a prefeitura da capital – que investem na área habitacional, não só em habitações novas, como na reurbanização de favelas, bilhões de reais por ano. No nosso período de governo estadual, entre 2007 e 2010, foram entregues mais de 30 mil habitações no Estado, fora todas as intervenções em áreas degradadas e áreas de risco ( favelas, cota 100 na Serra do Mar, etc ). Só para salientar o tamanho do ridículo das declarações bombásticas de Dilma em Itaquera, uma sub prefeitura onde vivem mais de 500 mil habitantes, comparo com a entrega, pelo governo paulista, há poucos dias, de 150 unidades em Miguelópolis ( cidade de 20 mil habitantes ).

Dilma repete o estilo Lula. Em uma das entregas de habitações que fizemos na favela de Paraisópolis, em 2010, com a presença de Lula, eu citei que haviam sido investidos ali 529 milhões de reais, sendo 388 milhões da prefeitura e do governo do Estado e 140 milhões do governo federal. Isso só em Paraisópolis. Diante dos números que apresentei, Lula, que queria faturar politicamente o evento, deixou de citar os números que constavam de seu discurso escrito.

Mas não foi só em habitação que Dilma falou. Prometeu recursos para fazer 16 UPAs e entregar 80 ambulâncias para o SAMU. Para São Paulo isso não é mais que uma gota no oceano, mas faz parte do espetáculo da mistificação. A concessão de recursos para a contenção de enchentes, anunciada por Dilma, nada mais é que a sua obrigação e já faz parte do orçamento da União. Todas esses aportes que serão feitos pelo governo federal, se não forem apenas palavras sem qualquer consequência como em outras ocasiões, são menos do que a Prefeitura e o Estado deixarão de arrecadar para atender o apelo da presidente de postergar o reajuste das tarifas de ônibus e metrô na cidade de São Paulo, medida para ela necessária para tentar diminuir, às custas de São Paulo, o ritmo crescente da inflação em nosso país.

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