Há quase 2,5 milhões de crianças e adolescentes fora da escola no Brasil. O dado é do movimento Todos Pela Educação, com base em pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somente entre os jovens de 15 e 17 anos, mais de 1,5 milhão deveriam estar matriculados no ensino médio. Esse foi o nível escolar que apresentou o menor crescimento de inclusão na última década, passando de 78% para apenas 82% de 2005 a 2015. O presidente da Comissão de Educação da Câmara, deputado federal Caio Narcio (PSDB-MG), vê com preocupação os dados apresentados.
“A informação é muito preocupante. Essa evasão demonstra um erro que nós estamos tendo na educação. A gente precisa criar mecanismos para poder solucionar essa questão. E isso demonstra que nós temos ainda um passo largo para poder sanar essa educação que nós estamos passando dentro da educação do país”, declarou.
Essas crianças e adolescentes fora da escola ainda são consideradas mais vulneráveis na sociedade, pois a maioria possui deficiências físicas ou mentais, são mais pobres e moram em lugares mais ermos. Caio Narcio critica a falta de atratividade das escolas e cita as consequências desse problema a longo prazo.
“Falta não só a atração à escola, mas também permanência. Porque os jovens são levados para uma escola atrasada que não tem atratividade, não atrai o aluno para que ele continue estudando. A longo prazo, os jovens ficam mal formados. Há a evasão sem ter a conclusão do ensino médio nessas circunstâncias, além de mão de obra mal formada”, disse.
A taxa de atendimento de crianças e jovens na escola aumentou 4,7 pontos percentuais desde 2005, atingindo 94% em dez anos. O índice, no entanto, ainda é insuficiente para alcançar a Meta 1 do Todos Pela Educação para esse ano, que era de 96%, além da universalização determinada constitucionalmente para ser atingida até 2016.