Recife (PE) – O presidente do PSDB do Recife, vereador André Régis, considerou irrelevante para o país o conteúdo do pronunciamento da presidente Dilma (PT) pela passagem do Dia da Independência, o 7 de Setembro. Para o tucano, a petista sequer assumiu os erros cometidos, apenas admitiu que “pode” ter errado na condução da política econômica que levou o Brasil à recessão.
“A presidente assume que pode ter errado. Seria relevante se ela passasse a acertar. Como ela continua na direção equivocada, se perpetuando no erro, acredito que é mais uma fala sem relevância alguma em relação ao futuro do país”, comentou em entrevista à Rádio Folha de Pernambuco na manhã desta terça-feira (8).
André Régis avalia que o impasse entre a (ainda) falta de condições para tirar a presidente do poder e a sua incapacidade de se erguer na presidência gera uma paralisia grande do Brasil.
“O país parou. Possivelmente perderá os graus de investimentos das agências de classificação de risco; depende de uma peça orçamentária na qual o governo reconhece um déficit de R$ 30 bilhões; os Estados Unidos puxam um crescimento maior do que o dos últimos dez anos e o Brasil decresce em 2% do PIB; Enfim, com tudo isso, não acredito que a presidente consiga chegar ao final do governo”, prevê.
Com a permanência de Dilma no poder, nas condições em que se encontra de baixíssima popularidade, leva o tucano a acreditar que a agenda do governo, nos próximos três anos e meio, será a de “tentar salvar Dilma”, o que coloca em risco conquistas sociais de décadas.
“Como podemos levar três anos e meio com essa agenda que paralisa o país? Isso fará com que todos os avanços sociais conquistados nas últimas décadas sejam perdidos. É lamentável que a presidente não tenha um gesto de grandeza que seria sua renúncia e ajudaria bastante a superar essa crise que não é só econômica, mas também política”, pondera.
Filiações PSDB – O presidente do PSDB do Recife também falou sobre a campanha nacional de filiação que o partido lançou no último dia 14. Em Pernambuco, acredita que o esforço tem fortalecido a legenda que já lidera a preferência do eleitorado, sendo o partido que mais cresceu “justamente por estar na oposição a tudo isso que observamos”.
André reafirma o projeto do PSDB de se fortalecer nas eleições municipais de 2016 com o lançamento de candidaturas próprias nos principais colégios eleitorais do Estado, principalmente no Recife.
“Temos uma candidatura extremamente competitiva à prefeitura do Recife, que é a do deputado federal Daniel Coelho, e isso contribui para a performance geral do partido, inclusive na votação de legenda, que é um componente muito importante. A forma como Aécio chegou ao segundo turno (da sucessão presidencial) robusteceu bastante o partido e esperamos que isso traga voto de legenda para que a gente consiga, de partida, fazer um vereador no Recife”, anima-se.
O dirigente informou que o PSDB tem buscado ampliar seus quadros não apenas para a disputa às prefeituras mas também às câmaras municipais. E elegeu acolher filiados que não apenas reclamam da atual situação do país mas estão dispostos a dar sua colaboração.
“Estamos ampliando nossos quadros com pessoas que cansaram, mas que não apenas reclamam, querem dar sua contribuição. Não é suficiente apenas dizer que ninguém presta na política. É preciso estar disponível para arregaçar as mangas e procurar mudar. Queremos pessoas que reclamam mas também que tenham estatura política para disputar um mandato (nas eleições de 2016) pelo PSDB. Do ponto de vista de formação de chapas, o partido não tem interesse em compor com partidos de aluguel que procuram reunir pessoas para assegurar a eleição apenas de um candidato pela via mais fácil, a da soma de pequenas votações de candidatos sem qualquer identificação e compromisso com o futuro do Recife”.