Alagoas – O projeto Mulheres na Comunidade estará presente na programação da Semana da Mulher em todas as Bases Comunitárias de Segurança (BCS) de Maceió. Nesta terça-feira, 05, órgãos municipais e estaduais levaram serviços de saúde e cidadania para comunidade da Grota da Alegria no bairro do Benedito Bentes. Durante esta semana, atividades serão desenvolvidas nas BCS e as comemorações em homenagem às mulheres culminarão com uma caminhada na próxima sexta-feira, 8, com concentração na Praça dos Martírios.
Residentes em bairros considerados vulneráveis à violência e muitas vezes vítimas de crimes, as mulheres foram aderindo ao grupo desenvolvido pela Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos e pela Secretaria da Defesa Social. Elas são orientadas a mediarem pequenos conflitos como brigas familiares, perturbação do sossego e até assistência social nas comunidades onde vivem.
Moradora da Grota da Alegria, Mariete Soares Silva, falou sobre a violência doméstica contra as mulheres no evento. O tema foi desenvolvido baseado em fatos reais, estudos e nos encontros promovidos com o grupo feminino. “Esse tema precisa ser divulgado, as mulheres vítimas de violência podem e devem ligar para o número 180 e denunciar seu agressor. Fazemos um trabalho bonito de conscientização, o que já possibilitou a mudança de comportamento de algumas mulheres enquanto outras ainda têm medo de reagir”, declara Mariete.
Marlene de Almeida, atuante em serviços sociais através da Igreja Católica do Benedito Bentes, foi agredida brutalmente pelo esposo após receber o primeiro salário em um emprego fixo. Ele não aceitava que a esposa estivesse empregada.
“Ele disse que aquilo era humilhação e que ia fazer uma coisa para impedir que eu fosse trabalhar. Deu um soco em meu nariz e me deixou sangrando por três horas quando então fui socorrida por minhas amigas. Continuei sendo ameaçada por ele que me agrediu na frente de minha filha pequena. Denunciei meu esposo e fui amparada pela Lei Maria da Penha. Ele foi preso e hoje não pode se aproximar de mim sob o risco de ser preso novamente”, relata.
Hoje Marlene de Almeida faz parte do projeto Mulheres na Comunidade e trabalha com a comunidade feminina no conjunto Carminha. A gerente de Mediação de Conflitos da Secretaria da Defesa Social, Claudete Cardoso disse que uma das bandeiras do grupo é a não omissão da primeira agressão.
“As mulheres não podem se omitir. Elas precisam denunciar o que está acontecendo de errado na casa dela, na comunidade sem precisar se identificar. O Estado tem órgãos que podem ajudá-las”, frisou. A ação da Defesa Social nas comunidades é preventiva. O evento tem também saúde bucal, exames, distribuição de preservativos e cartilha sobre a Lei Maria da Penha.
Do Portal do Governo do Estado de Alagoas