
Brasília (DF) – Em sabatina na Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), nesta quarta-feira (6), o candidato da Coligação Muda Brasil à Presidência da República, Aécio Neves, compreteu-se com o resgate da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e anunciou que pretende criar plataformas de pesquisa nos seis biomas brasileiros – cerrado, mata atlântica, caatinga, floresta amazônica, pantanal e pampa – com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e das universidades e institutos de pesquisa, com o objetivo de aprofundar conhecimentos.
Ao lado de seu candidato à vice-Presidência, Aloysio Nunes, o tucano destacou a importância das instituições de pesquisa no setor agropecuário, em especial, da Embrapa.
“Pretendo resgatar de forma definitiva a Embrapa como o mais vigoroso instrumento de pesquisa do Brasil. A Embrapa é a nossa joia da coroa. Se na década de 1970 ela fez o que fez no cerrado, vamos agora falar da segunda geração da Embrapa. Vamos discutir nossos potenciais em cada um desses biomas. O aproveitamento da água, do solo, flora, fauna, clima. Isso está em nossas mãos, e pode se transformar, no futuro, no nosso mais valioso ativo”, ressaltou.
Direitos trabalhistas – Um dos temas discutidos na sabatina foi a segurança jurídica.
Aécio defendeu uma maior atenção do governo federal ao cumprimento dos direitos dos trabalhadores rurais, assim como acontece com os trabalhadores urbanos.
“Esse entrave gera insegurança e muitas vezes custos adicionais a quem trabalha. Tenho dito que a primeira medida do meu governo será a apresentação de um projeto de simplificação do sistema tributário, focando principalmente nesse emaranhado de impostos indiretos que tornam, além da altíssima carga tributária, a própria estrutura de pagamento desses impostos extremamente onerosa”, afirmou.
Sob fortes aplausos, Aécio reafirmou ainda um compromisso com a desoneração total dos investimentos e das exportações.
“Não haverá qualquer tipo de tributação às exportações agropecuárias no governo, até porque é um tiro no pé. No jargão futebolístico que o ex-presidente gostava muito, é jogar contra o patrimônio”, acrescentou.
Reforma agrária – O candidato a presidente pala Coligação Muda Brasil definiu, ainda, como prioridade a reforma agrária.
Segundo Aécio, em seu governo, as fazendas invadidas não serão desapropriadas por um prazo de dois anos, em “respeito ao direito de propriedade”.
A alternativa a ser buscada será transformar os assentamentos do país em geradores de renda.
“Distribuir a terra simplesmente não significa gerar renda. Posso usar até a expressão de um ministro do governo, que dizia que os assentamentos no Brasil viraram favelas rurais. O que temos que fazer é garantir aos pequenos produtores a renda necessária para que vivam bem e com qualidade”, avaliou.
E completou: “Apenas nos últimos três governos, do Fernando Henrique, do Lula e da atual presidente, 72 milhões de hectares foram distribuídos para reforma agrária. Dos 72 milhões, apenas 2,5 milhões foram distribuídos no governo da presidente Dilma. E a área plantada de grãos no Brasil ocupa 55 milhões de hectares. É preciso dar uma atenção adequada à ocupação no campo, mas com o viés da renda. Esses cidadãos precisam de dignidade”.