Correio Braziliense – O último pilar do discurso do governo Dilma Rousseff, de que tudo vai bem na economia brasileira, começa a ruir. O mercado de trabalho vem perdendo força sistematicamente, como aponta a taxa de desemprego de 6% em junho, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do país.
O índice, divulgado ontem, é superior aos 5,8% de maio e levemente mais alto do que os 5,9% verificados em junho do ano passado. Também é a maior taxa desde abril de 2012, quando a desocupação atingiu os mesmos 6%.
De acordo com o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, Cimar Azeredo, a situação econômica do país, que não dá segurança aos investidores, não permite a criação de vagas. “Se a economia não melhorar, a taxa deve aumentar ainda mais. A fraca atividade econômica não gera empregos numa velocidade capaz de absorver o crescimento demográfico”, explicou a analista do
IBGE Adriana Araújo Beringuy.
Portanto, o discurso do pleno emprego está com os dias contados. Na avaliação do professor Marcelo Weishaupt Proni, do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), da Universidade de Campinas (Unicamp), o país nem sequer chegou a ter pleno
emprego real.
“O índice de plenitude seria em torno de 3%. Algumas capitais (como Porto Alegre) até chegaram perto disso. Mas, no Brasil, as pesquisas não contabilizam o desemprego oculto, o excedente de mão de obra e a população considerada inativa que sobrevive em ocupações precárias”, disse.
Para ele, os números do IBGE refletem a estagnação da economia. “A taxa de desemprego não é preocupante agora, mas, sim, a médio e longo prazos. Sem crescimento econômico, não será possível enfrentar os problemas estruturais do mercado de trabalho”, acrescentou.
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