Brasília – Confirmado nesta segunda-feira (30) o candidato a vice-presidente pelo partido nas eleições presidenciais deste ano, em chapa encabeçada pelo senador Aécio Neves, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), prometeu que a composição “dará o sangue” nesta campanha.
Aloysio Nunes destacou a capacidade de Aécio em conduzir alianças políticas e ressaltou o espírito de união.
“Estamos compondo uma chapa que vai dar o sangue”, disse Aloysio. O senador paulista afirmou que o PSDB chega unido para a disputa presidencial e elogiou a capacidade de Aécio Neves para a condução das alianças. “Aécio conseguiu encarnar o desejo de aliança e entusiasmo e montou uma grande coligação.”
Consciência – O senador disse ainda que será um “vice consciente” de seu papel no projeto do PSDB para o país. “Tenho orgulho e felicidade de ter como companheiro Aécio Neves. Ajudarei no que puder nessa trajetória. Não os decepcionarei”, afirmou.
Aécio reiterou que a indicação de Aloysio foi apoiada pelas principais lideranças do PSDB, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-ministro José Serra. “Não foram convergências de campanha, e sim os interesses do Brasil que nos levaram a escolher o nome de Aloysio”, afirmou Aécio.
Trajetória – Aloysio lembrou sua trajetória política ao comentar a nomeação. O senador recordou do início de sua militância, aos 18 anos de idade, e ressaltou que sua vida pública foi marcada pela defesa de valores como democracia, liberdade, pluralismo e a luta pela igualdade.
O paulista também lembrou a parceria que fez com Aécio Neves, quando ambos eram deputados federais, e o atual presidente do PSDB o convidou a ser vice-líder da bancada. “Aprendi com Aécio muitas lições sobre a vida parlamentar”, afirmou Aloysio.
Ex-ministro da Justiça durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Aloysio falou ainda sobre o discurso de ódio adotado por membros do PT contra as lideranças oposicionistas. “Só isso sobrou a eles”, disse o senador, comentando o mau desempenho da gestão de Dilma Rousseff.
A seguir, trechos do discurso do senador Aloysio Nunes Ferreira:
“Quero, em primeiro lugar, ainda bastante emocionado, mesmo depois que o Aécio ter, ontem à noite, depois de ter pedido autorização à minha mulher, Gisele, que aqui está, formalmente me dado a imensa honra deste convite, que eu de pronto aceitei, me preparava para este momento, mas continuo ainda bastante emocionado por este momento da minha vida política.
Me lembro de tantos anos atrás, quando comecei a minha militância política, eu, hoje um homem de 69 anos, olho para um jovem de 18 anos, olha para este jovem que começou a militar quando ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, e pergunto: será que sou eu mesmo? Acho que sou.
Claro que o tempo passou, as experiências se acumularam, alguns sonhos se desfizeram, a alma foi sendo limada pelo tempo, pelas asperezas da vida, mas basicamente, as minhas convicções são as mesmas. Convicção em torno da democracia, da liberdade, do pluralismo e a convicção da luta pela igualdade.
Lembrava agora há pouco ao Aécio que os nossos caminhos se cruzaram efetivamente quando ele foi candidato a líder do PSDB na Câmara dos Deputados. Faz muitos anos isso. E o Aécio me convidou para ser o seu primeiro vice-líder. A história está se repetindo. E fiquei muito feliz. Recebi do Aécio as lições de vida parlamentar que me inspiraram e me inspiram até hoje. Procurei cumprir com zelo e dedicação as determinações, as incumbências, as tarefas políticas da vice-liderança e ser um companheiro do Aécio.
Depois que o Aécio foi eleito presidente da Câmara, teve uma trajetória brilhante que todos nós conhecemos e que o credencia hoje a ser o nosso presidente da República, eu também segui o caminho do Executivo, com a experiência fantástica de ser, como Eduardo Jorge foi e outros companheiros foram, companheiros de Fernando Henrique na Presidência da República. Servi também a este extraordinário político e servidor público que é José Serra, na prefeitura de São Paulo e no governo, e, agora, estou no Senado.
Quero agradecer muito aos meus companheiros senadores a oportunidade que vocês me deram para exercer a liderança da nossa bancada. Agradecer imensamente porque tenho a convicção de que este posto, cuja porta me foi aberta por Álvaro Dias, seguramente me credencia a esta incumbência que recebo hoje das mãos da Executiva Nacional.
O Aécio fez, antes da chegada da imprensa, aqui entre nós, perante este grupo com o qual temos trabalhado, já há algum tempo, desde que o Aécio se tornou presidente do partido, que foi seu colaborador nesse trabalho de organização, de afirmação da unidade no nosso partido, de busca de parcerias, de contatos, de alianças, como nós nunca tivemos… O Aécio fez um resumo das nossas disputas eleitorais nos estados.
O Maquiavel tem uma reputação sulfurosa, mas dizia o seguinte: que o sucesso da política depende de dois fatores, a fortuna e a virtú.
A fortuna são as condições objetivas, condições que em grande medida não dependem de nós. E as condições objetivas que vivemos hoje apontam profundo desejo de mudança do povo brasileiro. Esta é a realidade política marcante. que foi, inclusive, fator de desagregação do bloco que governa o país há tanto tempo. O Brasil quer mudar, quer um governo diferente, quer um novo fôlego, um novo impulso, um novo curso para a nossa vida política. E o Aécio conseguiu encarnar esse desejo, conseguiu encarnar esse desejo.
E aí entra a virtude. A força de vontade, a lucidez, a capacidade, os atributos pessoais que garantiram, em primeiro lugar, uma aliança e o entusiasmo de todas as seções do PSDB, uma grande coligação com os nossos companheiros de outros partidos, o Democratas, o Solidariedade, o PTB, que agora recentemente veio a nos apoiar, o PTC, o PTN, o PMN e o PTdoB.
Fico muito feliz com a indicação desse extraordinário político do Rio Grande do Norte e do Brasil que é o nosso companheiro José Agripino.
Serei um vice muito dedicado, muito leal, muito correto, consciente da preeminência do nosso candidato à Presidência, orgulhoso e feliz por tem alguém do porte, da envergadura, da liderança, do carisma de Aécio Neves como nosso comandante.
Eu quero ser, na vice-Presidência, um representante de todos vocês, porque o que o Aécio conseguiu foi reunir um exército extraordinário de líderes e de militantes políticos. Eu serei um militante político, representando todos nós, participando da campanha nos estados, ajudando onde puder ajudar, tentando livrar o Aécio das canseiras que a candidatura à Presidência sempre acarreta.”