Brasília – Em discurso no Plenário nesta terça-feira (05), o senador Alvaro Dias (PSDB/PR) falou sobre a preocupação com um possível colapso logístico agrícola no Brasil. Ele lembrou que o Brasil colherá, este ano, a maior safra de sua história, com 185 milhões de toneladas de grãos. Esse número é 11% maior que a safra anterior e coloca o país como o primeiro produtor e exportador de soja e o primeiro exportador de milho do mundo.
O senador destacou o artigo “Rumo ao pior ano da logística agrícola nacional”, publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, em que o especialista em agronegócio Marcos Jang ressaltou que “a principal questão não era saber a estimativa de quanto o Brasil vai produzir nesta safra, mas sim os volumes de soja e milho que serão efetivamente escoados através de nossos portos até o início da próxima safra americana”.
“A preocupação com a logística nacional é gritante. O Brasil no campo é imbatível, mas perdemos quando chegamos ao momento da competição comercial. As filas para os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) são duas ou três vezes maiores que três anos atrás, com quilômetros de filas de caminhões. No último dia 21 de fevereiro, havia 82 navios em Paranaguá, ante 31 no ano de 2012. No porto de Santos, havia 59 navios, ante 29 há um ano. O custo de um navio parado no porto é de US$ 30 mil por dia”, lamentou o senador.
Alvaro Dias lembrou que os maiores estados produtores de milho e soja são Mato Grosso, Goiás e Bahia, em regiões que ficam entre mil e dois mil quilômetros de distância dos portos. E lamentou a falta de estrutura de hidrovias, ferrovias e estradas, destacando “que a capacidade armazenagem do país se limita a 60% da produção”.
Para o senador, o governo deveria investir urgentemente em portos na região Norte. Ele também pediu a conclusão das BRs 163 e 158 (Mato Grosso e Pará) e de ferrovias de integração, como a Norte-Sul e a Transnordestina, e sugeriu a realização de audiências públicas sobre a logística agrícola nacional “É um alerta responsável e desprovido de qualquer matriz partidário que deixo para a reflexão da Casa”, concluiu.
Assessoria de imprensa do senador