Brasília (23 de dezembro) – Mais uma promessa eleitoral do presidente Lula corre sérios riscos de não ser cumprida. Em 2002, o petista garantiu que assentaria 400 mil famílias em quatro anos de mandato. Mas de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para que o governo cumpra essa meta, terá de superar a média anual de assentamentos na gestão petista, que é de 78 mil famílias atendidas. Por estes cálculos, somente em 2006 o órgão precisaria dar terras a 165 mil famílias ou cerca de 41,2% da meta total.
FRUSTAÇÃO
“A verdade é que a política agrária da gestão petista é desastrosa. Ela é a grande responsável pelo aumento da violência no campo nos últimos três anos”, advertiu o senador Alvaro Dias (PR).
Como se não bastasse a difilculdade que o governo vai enfrentar para cumprir a meta eleitoral, o Planalto também está sendo acusado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de maquiar o número de famílias assentadas em 2005. Segundo o Planalto, foram entregues lotes para 117.500 famílias. Já o MST afirma em nota que esses dados não correspondem à realidade.
Para o senador paranaense, os números apresentados pelo Executivo são fantasiosos e não refletem a atenção dada aos problemas do campo. “A gestão Lula tenta se sustentar na mentira. Está se vangloriando de assentamentos fantasmas. Tenta a todo momento subestimar a inteligência da população”, protestou Alvaro.
O descumprimento de promessas eleitorais está se tornando uma especialidade do governo petista. Além da dificuldade em alcançar a meta de assentamentos, o Planalto não cumprirá a promessa de criar dez milhões de empregos em quatro anos e de dobrar o valor do salário mínimo durante o mandato de Lula. Na última quarta-feira, o próprio ministro do Trabalho, Luiz Marinho, admitiu que a administração petista não será capaz de gerar 10 milhões de postos de trabalho.