Entre as economias mais relevantes do mundo, Brasil terá a segunda mais intensa recuperação do PIB no biênio 2016-2017, atrás apenas da reformista Argentina de Macri
A recuperação econômica do Brasil está apenas começando. Mas a situação do país hoje já é muito melhor do que a vigente apenas um ano e meio atrás. Para um país em condição de terra arrasada, como era o caso brasileiro após a devastação promovida pelos governos petistas, o desempenho recente é digno de aplauso.
Depois da mais longa – e a segunda mais profunda – recessão da nossa história, finalmente voltaremos a crescer bem neste ano. E até com destaque: numa lista de 192 países para os quais o FMI divulga resultados do PIB de 2016 e estimativas para este ano, o Brasil apresenta a segunda mais intensa recuperação no período.
O crescimento de 0,9% neste ano, conforme prognóstico colhido junto ao mercado e divulgado nesta manhã pelo Banco Central, pode até parecer pouco, mas torna-se significativo diante da recessão de 3,5% vivida apenas um ano atrás.
Num recorte que considera somente as economias relevantes, apenas a Argentina está se saindo melhor que o Brasil, ao reverter a queda de 2,2% de sua economia em 2016 para uma alta de 2,5% prevista para este ano, em função da maturação das mudanças derivadas da agenda reformista do governo Macri.
Vale ressaltar que, nesta mesma lista do FMI, e novamente entre as economias relevantes, no ano passado o Brasil foi o país que registrou a recessão mais severa em todo o mundo – a Venezuela, com seus 16% de queda e sua condição anômala, não tem como ser incluída neste rol.
Só não fomos bicampeões mundiais nesta triste categoria porque em 2015 a Ucrânia viu sua economia ser devastada em 9,8% em razão de uma sangrenta guerra civil, enquanto a brasileira retrocedia “apenas” 3,8%, afetada pela praga dizimadora chamada PT. Eis o tamanho do estrago da recessão de Lula e Dilma.
A crise começa a ficar para trás. Certamente a mera mudança de governos colaborou para a retomada. Mas a nova orientação dada às políticas econômicas desde maio do ano passado é a maior responsável pelos bons resultados recentes. De sua manutenção depende a continuidade da melhoria das condições de vida no país.
Saímos de um ambiente de falta de perspectiva, riscos onipresentes de intervenção estatal e descompromisso fiscal para um cenário de maior espaço para a livre iniciativa, transparência e responsabilidade em relação às contas públicas.
Dois feitos alcançados até agora são históricos: a mais baixa taxa básica de juros já praticada no país – que deve ser alcançada na reunião do Copom marcada para amanhã e quarta – e a menor inflação acumulada entre janeiro e outubro em 19 anos. Ambos os fatores ajudaram a impulsionar consumo e investimentos, os motores da alta do PIB no terceiro trimestre, depois de longas quedas.
Além disso, outro avanço crucial vem acontecendo no mercado de trabalho. Desde seu ápice, no primeiro trimestre deste ano, o exército de desocupados já perdeu 1,4 milhão de pessoas, de acordo com o IBGE, enquanto foram criadas 302 mil vagas com carteira assinada, segundo o Caged.
Os bons resultados conquistados reforçam a importância de prosseguir na reconstrução do país, sem abrir espaço para os desvios perigosos que algumas candidaturas e seus projetos de poder representam. Neste sentido, mais que nunca, é imperativo perseverar na aprovação das reformas estruturais, único caminho para tornar duradoura a trajetória de recuperação da economia, e construir uma alternativa presidencial que impeça retrocessos.