A irresponsabilidade e a má gestão dos governos petistas ao longo de 13 anos causaram prejuízos irreparáveis à economia e aos brasileiros. Hoje, o número de desempregados no país ultrapassa os 12 milhões e continua a subir. Só no ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20% dos 12 milhões de desempregados brasileiros eram compostos por pessoas que já procuravam uma ocupação há pelo menos dois anos. Entre 2012 e 2016, a parcela da população que enfrentava o mesmo problema, em busca de trabalho por um longo período, chegou a 53%.
Ao longo dos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o PSDB fez constantes alertas sobre os riscos do aumento do desemprego e de suas nefastas consequências para os brasileiros. Como oposição, no entanto, o partido foi sumariamente ignorado, taxado como “pessimista” em uma narrativa que dividiu o Brasil entre “nós e eles”.
Em 2003, por exemplo, quando pesquisa Datafolha já apontava o desemprego como um dos principais problemas do Brasil, o então presidente Lula fez uma grande cerimônia no Palácio do Planalto para anunciar o programa Primeiro Emprego, que deveria criar naquele mesmo ano cerca de 150 mil vagas para jovens que nunca tinham trabalhado. De 2003 a 2005, contudo, o programa empregou apenas 6.282 jovens.
“Somente duas coisas melhoraram em 2003: a qualidade da oposição e o marketing do governo. A principal característica de Lula é o total descumprimento daquilo que prometeram. Este foi um ano perdido“, disse à época o deputado federal Jutahy Magalhães Júnior (PSDB-BA), então líder do partido na Câmara. Atual prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB-AM) era líder da legenda no Senado quando afirmou que o governo Lula era virtual. “Tentam vender para a Alice que vivemos no país das maravilhas. Mas no dia-a-dia, a realidade é bem diferente”.
Em 2006, o então candidato do PSDB à Presidência da República e atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, destacou que Lula não deu prioridade para a geração de empregos durante o seu governo. Para o tucano, a política econômica do petista foi a principal responsável pelos altos índices de desocupação no país. “Lula está causando uma verdadeira fuga de vagas de trabalho”, constatou. “É preciso uma política macroeconômica de melhor qualidade”, acrescentou.
Contribuições tucanas
Já em 2011, primeiro ano de gestão da ex-presidente cassada Dilma Rousseff, foram aprovadas com o apoio do PSDB duas pautas prioritárias para os trabalhadores brasileiros: a criação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e a ampliação do Supersimples. A primeira aumentando a oferta de cursos profissionalizantes e de qualificação. E a segunda alterando o limite de enquadramento das empresas no Simples Nacional, sistema que reúne todos os tributos em uma alíquota única.
Apesar do Partido dos Trabalhadores costumar tomar para si a paternidade das propostas, tucanos fizeram importantes contribuições às legislações. No texto do Pronatec, por exemplo, foi incluída uma emenda do deputado federal Otavio Leite (PSDB-RJ) que previa estímulo à expansão de oferta de vagas para pessoas com deficiência, com a articulação dos institutos públicos de educação.
Já o Simples Nacional traz a marca do PSDB desde o início. A lei que o originou, que entrou em vigor em 2007, é de autoria do deputado federal Jutahy Junior (BA), com relatoria do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).
Ladeira abaixo
Nem mesmo os alertas e contribuições do PSDB enquanto oposição, no entanto, foram capazes de salvar os brasileiros do desastre econômico que seria o governo Dilma Rousseff. Em entrevista dada ao blog do jornalista Josias de Souza em 2012, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, já anunciava que a fama de “boa gerente” da petista “era um mito”.
“Aquela imagem de administradora capaz é a que vai sair mais machucada desse período de crise. O sentimento generalizado, mesmo na base do governo, maior ainda entre os empresários, é o de que este é um governo paralisado. Isso vai ficando cada vez mais claro. O governo não fez as grandes reformas que deveria ter feito. Faltou ousadia, faltou coragem”, avaliou à época.
Dito e feito. A economia estagnou, a indústria retraiu e os empregos se tornaram ainda mais escassos. Os mais afetados pelo desemprego são os jovens, entre 18 e 24 anos. A taxa de desemprego nessa faixa etária chegou a 25,9% no fim do ano passado: uma alta de 6,5 pontos percentuais em comparação a 2015.
Grandes reformas, que deveriam ter sido feitas, fizeram falta. “O PT surfou na onda e agora mostra suas limitações”, declarou o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG).
Exemplos a serem seguidos por Dilma não faltaram. Na Câmara, por exemplo, o PSDB atuava, em 2013, para consolidar a legislação federal e regulamentar os direitos dos trabalhadores domésticos. “O assunto é atual, moderno e pragmático e precisa ser resolvido o quanto antes. É o Congresso quem dá a palavra final”, apontou o então líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP).
Erros sucessivos, uma política populista e a desaceleração da economia brasileira culminaram na deterioração da capacidade de criação de postos de trabalho, o que o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT) classificou como uma “previsão sombria”. “O governo ao invés de discutir o Brasil real, debate o país que não existe com dados que não correspondem à vida de todos”, disse em 2014. O que ainda não se sabia era que os 13 anos de desgoverno da gestão petista continuariam prejudicando os brasileiros até os dias de hoje.