O fim antecipado do governo de Dilma Rousseff, decidido no plenário do Senado Federal nesta quarta-feira (31) por 61 votos favoráveis e 20 contrários, é considerado pelos senadores que apoiaram o afastamento definitivo da petista uma nova fase, na qual o Brasil tem chances de superar a crise econômica que devasta a vida dos brasileiros. Três horas após o afastamento de Dilma, o peemedebista Michel Temer tomou posse no cargo de novo presidente da República.
Relator do parecer que levou a petista ao julgamento final, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) ressaltou que, com a posse de Temer, o PSDB mantém sua aliança com o governo peemedebista.
O apoio firmado entre o PSDB e o governo de Michel Temer, no entanto, é condicionado ao compromisso de garantir aos brasileiros uma volta aos tempos de estabilidade econômica e política, garantida pelo Plano Real. O PSDB apresentou, no início da gestão provisória do peemedebista, um mini-programa de governo com ações objetivas que os tucanos consideram fundamentais para o alinhamento entre os partidos.
“No início do novo governo, que era até então provisório e agora se torna definitivo, foi exatamente essa a ponderação, de que teria o apoio desde que os princípios básicos do partido tivessem essa sequência. E nós continuamos com a mesma posição, a mesma bandeira que, aliás, são os princípios programáticos do PSDB”, afirmou Anastasia.
Apesar do impeachment, Dilma não foi punida pelo Senado com a inabilitação para funções públicas. Com isso, ela poderá se candidatar para cargos eletivos e também exercer outras funções na administração pública. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) criticou a decisão da Casa. Para ele, o ato foi um atentado à Constituição.
“A presidente Dilma está afastada do cargo, mas habilitada não apenas para disputar a eleição de 2018 – vai começar a fazer campanha a partir de amanhã. Ou seja, o princípio Constitucional da preservação do setor público, da ação preventiva, foi rasgado por um terço dos senadores. O Senado, na votação de um destaque, mudou a Constituição federal. É algo inaceitável.”