*Publicado no Diario de Pernambuco deste sábado (3/11)
“Votei contra porque essa medida não estava prevista no projeto das dez medidas anticorrupção, não foi discutida com tranquilidade e muito menos passou pela Comissão Especial.
Ficou muito contaminada com desejo de alguns deputados – não todos -, mas a maioria dos deputados que votaram pelo abuso de autoridade externaram o desejo de dar uma resposta ao Ministério Público e ao Judiciário.
O assunto é relevante, merece ser debatido, mas não deveria ter sido votado naquele momento. Tínhamos a possibilidade de aguardar o projeto do Senado chegar à Câmara, mas, quando se coloca uma emenda com pouca discussão para ser votada, deixa a impressão de vingança. Isso foi ruim para a Câmara.
Agora, o tema precisa ser debatido. É preciso ter regras que possam inibir qualquer tipo de abuso. A reação dos promotores, ao dizer ‘vamos abandonar a Lava-Jato’ foi errada, equivocada.
A Lava-Jato não depende deles apenas. Se eles saíssem, outros entrariam porque o MP não iria abandonar a ação. Foi equivocado colocarem uma espada na cabeça do presidente e dizer: ‘ou veta ou a gente vai renunciar’.
Essa polêmica ofuscou medidas que vão combater a corrupção, como tornar o caixa dois como crime, por exemplo, e punir o eleitor que vender seu voto. As instituições, neste momento, precisam baixar um pouco o tom.”
*Deputado federal do PSDB-PE