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“Às pioneiras na defesa das bandeiras femininas”

 

*Por Luciana Loureiro

Embora nosso caminho ainda seja longo, para alcançarmos a igualdade de direitos em relação aos homens, não podemos deixar de reconhecer o esforço das pioneiras em nossa luta.

Vale lembrar que até o começo do século XX, o voto era quase um direito exclusivo dos homens em quase todo o mundo.

As ativistas ou sufragistas, como ficaram conhecidas as primeiras mulheres que deflagraram mobilizações pelo direito feminino à participação política, não tiveram vida fácil.

Para se ter uma ideia, entre 1890 e 1994, a maioria dos países no mundo aceitaram o voto feminino e passaram a admitir as candidaturas de mulheres. Mas as desigualdades de gênero na política até hoje ainda são gritantes.

Nas Américas, o direito ao voto feminino só foi reconhecido nos Estados Unidos em 1919. Entre os países latino-americano, o Equador foi o primeiro a permitir o voto das mulheres.

No Brasil, onde as mulheres representam hoje 52% do eleitorado, o voto feminino só foi permitido em 1932, embora pudesse ter sido a primeira nação do mundo a aprovar o sufrágio feminino.

Em 1891, 31 constituintes assinaram uma emenda ao projeto da Constituição que conferia o direito de voto à mulher, mas a proposta foi rejeitada.

O Rio Grande do Norte foi a primeira unidade da federação brasileira a conceder o voto à mulher em 1927. A primeira eleitora registrada, Celina Guimarães Viana, requereu o alistamento com base no texto da Constituição do estado que citava o direito ao voto sem distinção de sexo.

O município de Lajes (RN) elegeu a primeira prefeita da América do Sul em 1929, Alzira Soriano. No ano seguinte, o Senado deu início à tramitação do projeto que garantiria de forma definitiva, dois anos depois, o direito de voto às mulheres.

Por isso, aproveito esse mês de março, quando comemoramos o Dia Internacional da Mulher, para homenagear as primeiras feministas que tiveram a coragem de lutar por nós.

Graças a essas guerreiras é que hoje muitas mulheres podem ocupar espaços de poder, mesmo que em quantidade menor do que merecemos.

Todas as brasileiras são importantes e têm a contribuir nesta nossa luta pela igualdade. Todas merecem ser valorizadas. Em especial, as mulheres anônimas que vivem no interior do país e que, além de lutar por seu direito à voz e voto, precisam se esforçar para sobreviver e ainda se desdobram para cuidar de suas famílias, muitas vezes sem acesso a qualquer política pública.

Eu dedico esse mês de março também a essas fortes mulheres, que estão esquecidas lá no interior do nosso país. Nosso dever é lutar cada vez mais para que essas políticas cheguem até elas. Vamos juntas fazer um Brasil melhor para todos nós!

 

*Luciana Loureiro, advogada, coordenadora Jurídica do PSDB-Mulher do DF, membro fundadora da Academia Brasileira de Direito Eleitoral (ABRADEP) e mãe do Bento

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