Após o deputado Paulo Maluf (PP-SP) se dizer “enojado”, agora é a vez de o senador e ex-presidente Fernando Collor de Melo (PTC-AL) condenar o “balcão de negócios” montado pela presidente Dilma Rousseff para escapar do impeachment. A estratégia inclui articulações feitas em um hotel pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca trocar votos contra o afastamento da petista por cargos no governo.
De acordo com jornal O Globo desta sexta-feira (8), Collor disse, durante palestra na Confederação Nacional da Indústria (CNI), que nem no auge da crise que lhe tirou o mandato, em 1992, fez esse tipo de gestão.
“No meu governo, em nenhum instante, houve qualquer tipo de negociação subalterna. Em nenhum momento essa barganha foi feita. Em nenhum momento nenhum dos meus ministros se mobilizaram no sentido de terem conversas menos republicanas com quem quer que seja. Nem com a classe política, nem com a classe empresarial. Hoje, vivemos um instante em que as coisas não caminham bem assim. Preocupa-me profundamente a situação do nosso país”, disse o ex-presidente, que teve o mandato interrompido pela Câmara.
Collor ressaltou ainda que diante de sua “condição ímpar”, de ter sido afastado por impeachment, prefere não comentar se é contra ou a favor do afastamento de Dilma. No entanto, criticou a presidente por permitir que manifestantes defendessem, dentro do Palácio do Planalto, a invasão de casas e terras caso o impeachment avance no Congresso.