O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está convencido de que os primeiros avanços na economia registrados em dezembro do ano passado vão resultar em crescimento para 2017.
Em conversa com o jornal Valor Econômico, Meirelles fala em reação na atividade econômica já para o primeiro trimestre deste ano. As expectativas são baseadas em uma série de indicadores positivos levantados pela equipe econômica do governo no mês passado: aumento em 5% na produção de veículos, crescimento de mais de 1% na produção de caixas, chapas, acessórios e papelão ondulado, além de elevação na importação, no consumo de energia e movimento de pedágio.
A Fazenda também vê a queda da inflação e a redução da taxa básica de juros como variáveis que podem colocar para cima as projeções de expansão do Produto Interno Bruto do país. O deputado federal Miguel Haddad (PSDB-SP) afirma que as medidas econômicas recentes justificam o otimismo do governo.
“A aprovação do teto dos gastos públicos, a reforma da educação, inúmeras medidas foram adotadas em 2016. O que nós estamos percebendo agora em 2017 é o reflexo dessas medidas. Há sinais claros de que a economia gradualmente vai se recuperar. Você tem aí inflação sob controle, aumento na produção dos veículos, o PIB dá sinais de crescimento. Todo esse quadro nos dá a certeza de que estamos no caminho certo”, declarou.
Mas as condições para que o crescimento se estabeleça vão além dos indicadores. Miguel Haddad diz que a aprovação de reformas é fundamental para o cumprimento do teto de gastos da União, aprovado no ano passado. O parlamentar destaca a importância da reforma da Previdência, sem a qual o reequilíbrio das contas públicas pode estar ameaçado.
“Nós temos uma série de medidas ainda a serem adotadas. As medidas já colocadas e aprovadas em 2016 foram importantes, mas por si só não são suficientes. Então a reforma da Previdência é necessária. É um trabalho difícil, mas necessário. A reforma da Previdência é essencial para a retomada da economia”, disse.