Enfrentando a pior seca dos últimos 100 anos, o Nordeste brasileiro passa por uma estiagem que já afeta 23 milhões de pessoas. São 600 mil animais perdidos só em Pernambuco e mais de 600 cidades em estado de emergência por causa da falta de água. Para o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) os problemas são causados pelos atrasos na transposição do Rio São Francisco – obras, que segundo ele, foram usadas como vitrine política dos governos do PT.
“Teve várias paralisações nos anos anteriores. Foi muito usado na época da campanha política para acelerar a obra. O fato é que nós chegamos em 2017 – e mesmo todos sabendo que ia ser anos de estiagem, essa obra não tá conclusa. O fato é que houve uma certa morosidade do governo federal em fazer com que essa obra tivesse logo conclusa. Vale ressaltar que todo projeto de engenharia: o cálculo estrutural, a condição das agrovilas, todo esse projeto foi feito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”, declarou.
Os próximos três meses serão cruciais para determinar a situação dos reservatórios nordestinos ao longo de 2017. Em março, auge das chuvas no trecho do litoral entre o Maranhão e Ceará, as chuvas reduziram o nível de severidade da seca. Porém, não aconteceram mudanças significativas no açude do Castanhão – o maior do Ceará. O deputado Raimundo Gomes de Matos destaca o trabalho da bancada nordestina em prol da população.
“O ministro Helder [Barbalho] está dando celeridade e a gente preside essa comissão de acompanhamento das obras. Nós vamos ter audiência com o Ministério das Cidades, a Funasa, vários outros ministérios nas obras complementares. Para que nós possamos ter a conclusão não somente da obra, mas também as obras complementares do saneamento e abastecimento da água nos mais de 500 municípios que são beneficiados pela transposição”, declarou.
Medidas como a adoção de racionamento e rodízio no abastecimento de água entraram no radar de capitais como Salvador, Recife e Fortaleza. A situação continua crítica. No mês passado, os cerca de 800 mil moradores dessas cidades passaram a ter um dia de abastecimento para cinco dias sem água.