PSDB – PE

Aumento das projeções de inflação preocupa especialistas

Brasília – Horizontes turbulentos à vista na economia brasileira. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, economistas do Banco Central (BC) elevaram mais uma vez as projeções de inflação para 2013 e 2014. Dados da Pesquisa Focus, divulgada nesta quarta-feira (13), revelam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, classificado pelo governo como em “patamares desconfortáveis”, ficou acima das projeções. Para 2013, a previsão ficou em 5,71%, subindo pela sexta semana seguida. A projeção foi mantida em 5,5% para 2014.

 

Com a situação imposta pelos altos índices, fica cada vez mais difícil para o governo cumprir a meta de inflação fixada em 4,5%, que tem tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR), integrante da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, acredita que a administração federal tem uma árdua tarefa pela frente. “Vejo com bastante dificuldade a possibilidade de se atingir o índice esse ano. O governo anda meio perdido em suas atitudes na área econômica. Não se tem rumo certo, as atitudes são esparsas e não há uma planificação de combate à inflação”, enumera.

O tucano defende a desoneração linear da carga tributária como uma forma eficaz de combate à inflação. “O governo não promove uma desoneração e a atitude que o câmbio está adotando, mais uma vez, é o represamento do dólar, porque o balizamento é o mercado internacional. Com isso, vamos ficar presos em alguns preços de commodities”, explica. Para a economista Elena Landau, a meta de 4,5% é irreal. “Não é possível e nem o governo está buscando isso, já está trabalhando com o teto porque admite que não será possível alcançar esse patamar neste ano, ou mesmo no ano que vem. Estamos trabalhando com um índice de mais ou menos 6%”, calcula.

Para a economista Elena Landau, o uso de medidas paliativas compromete políticas fiscais

Para a economista Elena Landau, o uso de medidas paliativas compromete políticas fiscais

A economista avalia que a discordância entre forças governistas quanto à forma de lidar com o problema econômico é um fator decisivo para a crise iminente. “Existe um desencontro de opiniões entre o Ministro da Fazenda e a posição do Banco Central. O ministro Mantega dá declarações que vão contra o que o presidente do BC discute no momento, o que atrapalha a política de condução econômica brasileira. O governo precisa coordenar suas frentes de atuação econômica, primeiramente, para obter algum êxito”, pontua.

Reajustes – Na tentativa de impor um maior controle inflacionário, o executivo negociou com prefeituras a postergação do reajuste das tarifas de transporte público. Segundo o deputado Alfredo Kaefer, a medida é um apelo paliativo. “O controle da inflação tem que ser feito de forma mais ampla, com atitudes macroeconômicas, como evitar a demanda. Como não consegue fazer isso, lamentavelmente o governo vai aumentar a taxa de juros de novo, já que ela é um dos poucos instrumentos de controle inflacionário, além de continuar segurando o câmbio”, analisa.

Para Landau, o caminho escolhido é ineficaz. “Está se tentando ajustes finos, como o aumento de 5% da gasolina, para tentar diminuir a defasagem dos preços da Petrobras, e a negociação com prefeitos para segurar as tarifas de transporte público. Só que essas medidas, por si só, não funcionam. O governo precisa parar de gastar à toa e levar a política fiscal a sério”, sentencia.

Ver mais