Em nome da bancada do PSDB na Câmara, o líder do partido na Casa, Ricardo Tripoli (SP), anunciou nesta quinta-feira (18) que, diante da gravidade das revelações feitas pela imprensa sobre a delação dos proprietários da JBS, os deputados defendem a saída do partido do governo Temer caso seja comprovado, por meio da divulgação dos áudios, o teor das transcrições de diálogos envolvendo o presidente Michel Temer.
O tucano reforçou o compromisso do partido com a retomada da economia e com as reformas em curso, mas destacou que o momento exige um posicionamento em relação ao governo. Ou seja, se provas das acusações ao presidente de fato existirem e forem divulgadas, a defesa é de que os ministros do PSDB deixem os cargos. Até o momento, os áudios que supostamente incriminam o presidente da República ainda permanecem sob sigilo.
“No que diz respeito às denúncias feitas contra o presidente Temer, nós estamos aguardando e já solicitamos a quebra do sigilo para que haja comprovação. É preciso ter materialização. Se houver isso, a bancada solicita aos ministros que saiam do governo”, anunciou o líder, ao reiterar que o partido trata a situação com cuidado, pois a maior preocupação é com os efeitos sobre a economia, para impedir que o desemprego cresça ainda mais.
SAMPAIO NA PRESIDÊNCIA DO PSDB
A bancada decidiu ainda recomendar o nome do deputado Carlos Sampaio (SP), vice-presidente jurídico do PSDB, para assumir interinamente a presidência da Executiva Nacional do partido. A decisão se deu diante da possibilidade concreta da saída do senador Aécio Neves (MG) do comando da legenda, que deve ser anunciada ainda hoje. Pelo estatuto do partido, cabe a um dos vice-presidentes assumir o cargo em caso de vacância. “Sampaio foi líder da bancada e tem amplo preparo para enfrentar esse desafio interino, pois o diretório deve, futuramente, fazer uma nova eleição geral interna”, explicou.
Formado em Direito, Sampaio tornou-se, ainda jovem, promotor de justiça. Em 1993, iniciou a carreira política como vereador em Campinas, foi secretário municipal de Segurança Pública, duas vezes deputado estadual e atualmente está no quarto mandato como deputado federal por São Paulo, reeleito com 295 mil votos. No ano de 2013 foi líder da bancada tucana na Câmara do Deputados, função que voltou a exercer em 2015.
Para Tripoli, esse é um momento de enfrentamento e o PSDB não pode faltar ao Brasil. “É uma crise que agora também é institucional, mas, que passa por aspectos econômicos e sociais. Temos que pensar no país. Esta não é uma questão de governo, mas de Estado. Estamos aguardando a demonstração das provas para tomarmos essas medidas”.
O deputado afirmou ainda que está conversando constantemente com o líder tucano no Senado, Paulo Bauer (SC), e todas as decisões serão coletivas, “para que tenhamos o enfrentamento de todas essas dificuldades que se apresentam”.
*Do PSDB na Câmara