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Banco Central prevê redução de apenas 11% na conta de luz

Para Imbassahy, governo se precipita ao alardear redução que, inicialmente, não se concretizará

Brasília – A presidente Dilma Rousseff já encontra dificuldades em cumprir suas promessas apenas dois dias após o pronunciamento em que anunciou a redução imediata de 18% nas tarifas energéticas. De acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), divulgada nesta quinta-feira (24), a estimativa é que a redução de encargos da conta de luz chegue somente à média de 11% este ano. Esse cálculo leva em conta o percentual de queda prometido por Dilma e os reajustes e revisões tarifárias que serão feitas por concessionárias e distribuidoras ao longo de 2013. 

Além da diminuição factual ser menor do que o anunciado, o governo também se utilizou de artimanhas para referendar sua promessa de expansão recorde do parque gerador de energia elétrica em 2013. Para alcançar o índice de 7% de expansão prometido pela petista, o governo incluiu na lista de novos empreendimentos algumas obras de usinas hidrelétricas, termoelétricas e eólicas que já deveriam ter sido entregues. Segundo levantamento do jornal Folha de São Paulo, dos novos 8.722 megawatts esperados até dezembro, 2.475 MW correspondem a empreendimentos que já deveriam estar operando há, pelo menos, um ano. Ainda assim, o progresso anunciado por Dilma ainda está bem abaixo da lista de projetos contratados e autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). De acordo com a Folha, se todas as obras prometidas para 2013 fossem concluídas nesse ano, o país alcançaria a capacidade de geração de 131,4 mil MW.

Para o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA), o governo se precipita ao alardear uma redução que, inicialmente, não se concretizará. Ele lembra que a súbita diminuição no valor das contas de luz pode incentivar um consumo maior, que terá de ser compensado com uso das usinas termoelétricas, mais caras e poluentes. Dessa forma, o gasto extra terá que ser repassado ao consumidor, promovendo um novo aumento de tarifas. “O governo deve ter claro que se pode reduzir custos de uma maneira geral para os contribuintes brasileiros, na medida em que se racionalize sua administração. Cuidados devem ser tomados para que não se estimule o desperdício no uso da energia, ao tempo em que o obrigará a gastar mais recursos com geração de energia derivada de petróleo”, comenta.

O parlamentar também aproveita para rebater críticas do governo petista, que falaciosamente tenta vender a ideia de que o partido foi contrário à medida de redução das tarifas. “Não somos contra a redução da tarifa. Primeiro, é importante deixar claro que o PSDB sempre defendeu a desoneração das tarifas do setor elétrico e apoiou a medida na Câmara. Agora, entre fazer a redução de maneira responsável e atuar de forma demagógica e populista, existe uma diferença muito grande, diria até com forte teor de irresponsabilidade”, salienta.

Gasolina – A ata do Copom informa também que o Banco Central trabalha com a possibilidade de alta de 5% no preço da gasolina este ano, o primeiro aumento sensível para o consumidor em quase dez anos. Contudo, ainda que as novas tarifas sejam benéficas para a Petrobras, que passa por um período de desvalorização financeira, o valor arrecadado não será suficiente para cobrir a defasagem do setor.

Outro fato que chama a atenção é que esse reajuste nos combustíveis está sendo promovido ao mesmo tempo em que a redução das tarifas energéticas, sugerindo que o governo está tentando abater possíveis impactos inflacionários causados pela perda de receita do setor energético. Para Imbassahy, o Executivo erra ao utilizar uma empresa estatal como instrumento de controle da inflação. “No fundo, uma boa medida pode ser prejudicada pelo populismo e partidarização de ações na economia”, opina.

Do PSDB Nacional

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