PSDB – PE

"Bem na fita", por Terezinha Nunes

Deputada Terezinha Nunes
Deputada Terezinha Nunes

Na linguagem popular, “ficar bem na fita”, ensina o dicionário, significa se destacar entre os demais, realizar de forma adequada uma tarefa, conseguir uma  boa colocação em alguma atividade profissional.

Neste momento em que o Brasil ainda vive o impacto de grandes manifestações populares onde a classe política foi alvo de diversos protestos, o estado de Pernambuco se sobressaiu esta semana com a presença de 10 parlamentares na lista do Diap – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.

O DIAP congrega mais de mil sindicatos de trabalhadores e elabora anualmente um ranking anual dos deputados e senadores que mais se destacam no Congresso Nacional, ouvindo jornalistas e acompanhando o dia-a-dia de todos os parlamentares.

Numa listagem que leva em conta alguns critérios, o DIAP distingue os 100 congressistas mais atuantes como debatedores, articuladores, formuladores, negociadores e formadores de opinião.

O estado de Pernambuco conseguiu a segunda colocação, ficando atrás apenas do estado de São Paulo que colocou 21 parlamentares na lista. Mas como São Paulo tem três senadores e 70 deputados federais e Pernambuco tem três senadores e 25 deputados, nosso estado saiu na frente no que se refere ao critério proporcional.

O que explicaria tanto destaque para Pernambuco, um estado nordestino que, como os demais desta mesma região, tem dificuldade, inclusive, de comunicação?

Não há dúvida de que a tradição tem sua força e Pernambuco sempre se destacou na política nacional. Berço de revoluções libertárias e resistente às ditaduras, este estado não só produziu alguns heróis como experimentou, ao longo dos anos, até mesmo a redução do seu território quando dele os portugueses extraíram a Comarca do São Francisco, anexando-a á Bahia, estado bem mais cordato na visão dos mandatários de então.

Jornalistas do Sudeste costumam argumentar que, sendo o Nordeste uma região mais pobre, as famílias vêm na política uma forma de ascensão social mais palpável para os seus jovens do que a economia, preferida no Sul e Sudeste. De acordo com eles, os pais educam os filhos no Nordeste preferencialmente para a política enquanto no Sudeste os jovens são encaminhados para atividades empresariais, mais condizentes com o dia-a-dia daquela região. Isso explicaria, na visão deles, a supremacia dos políticos nordestinos.

É possível que sim, é possível que não mas a verdade é que – independente até mesmo do que mostra o DIAP – Pernambuco tem se destacado na história do Brasil como um estado onde a classe política tem força e expressão não só local mas nacional.

A própria lista deste ano mostra isso com todas as letras. Os três senadores de Pernambuco, de classes e partidos de ideologias diferentes –  Jarbas Vasconcelos (PMDB), Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro (PTB) – estão na relação.

Entre os deputados federais presentes constata-se que os dois parlamentares do PSDB – Bruno Araújo e Sérgio Guerra – fazem parte da lista, mesmo pertencendo à bancada de oposição ao Governo Federal e que o deputado federal Mendonça Filho ascendeu ao topo após recuperar seu mandato em 2010.

Ideologicamente, partidariamente, seja por qual critério for, a lista pernambucana do DIAP é digna de nota e merece o destaque que vem ganhando nos últimos dias.

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