Recife (PE) – A determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, pelo afastamento do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato de deputado federal e, consequentemente, da presidência da Câmara, foi comemorada pelo deputado Betinho Gomes (PSDB-PE).
A decisão do ministro, anunciada nesta quinta-feira (5/5), atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alega que Cunha usou o cargo para interferir nas investigações da Operação Lava Jato, da qual ele é alvo. Leia AQUI íntegra da decisão do ministro.
Integrante do Conselho de Ética da Câmara – onde corria o processo de cassação do mandato de Eduardo Cunha -, Betinho Gomes sempre foi um severo defensor do afastamento do presidente da Câmara. No colegiado, expressou publicamente, por várias vezes, críticas e cobranças ao andamento do processo que, em função de manobras do próprio Eduardo Cunha e de seus aliados, se arrastara por mais de 6 meses no Conselho.
“Lamento que o Conselho não tenha cumprido seu papel, sua obrigação legal, constitucional e regimental quando não deu celeridade ao processo, que era uma expectativa da sociedade. De qualquer forma a decisão veio pelo Supremo e, agora, aguardemos a decisão do plenário hoje à tarde. A pressão surtiu efeito. Vitória para o Brasil”, comemorou o tucano.
Betinho Gomes ressaltou, ainda, que o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão, que deve assumir comando da Casa, também é alvo de investigações na Operação Lava Jato. Fato que, na avaliação do tucano, pressionará a Câmara a realizar nova eleição para a presidência da Casa.
“Temos ainda o problema de um vice (Waldir Maranhão) que também está sendo investigado pela Lava Jato. Mas como se trata de uma figura inexpressiva na Câmara, com muitas fragilidades, acredito que a pressão sobre ele será mais forte e, naturalmente, ele não terá a mesma força de Cunha para se sustentar no cargo. Pode haver uma pressão política para que ele renuncie e ocorra nova eleição. Essa é uma etapa que temos de aguardar, mas acredito que a saída deve ser por uma nova eleição”.